Consumidor compra cada vez menos

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                                Intenção de consumo das famílias chegou ao menor patamar desde janeiro de 2010


O quadro recessivo da economia nacional vem se refletindo negativamente também no Pará, sobretudo, no setor do comércio. O consumidor belenense tem comprado cada vez menos. É o que revela a pesquisa de intenção de consumo das famílias (ICF) do mês de junho, divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). No seu índice geral, que envolve famílias que recebem até 10 salários mínimos e aqueles que recebem mais do que esse valor mensalmente, a queda foi de 10,4 pontos (-9,5%) comparado ao resultado do mês de maio. Enquanto o índice de maio foi de 110,5 em maio, nesse mês, caiu para 100,1 pontos - menor índice desde o início da série histórica em janeiro de 2010. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, essa queda foi de 25,8 pontos (-20,5%). Vale ressaltar que desde o início do ano a intenção de consumo das famílias de Belém vem registrando quedas consecutivas.

Dentre os sete itens apurados para calcular o ICF, a maior queda dentre a população de Belém foi observada no nível de consumo atual, cuja variação negativa foi de 5,5% no mês e de 25,9% no ano. O índice que revela que os belenenses estão comprando menos, fechou o mês de junho em 75,2 pontos, abaixo da zona de indiferença, 100 pontos, o que é classificado pela pesquisa como “nível desfavorável” para as compras, ou seja, de percepção de extrema insatisfação com a situação econômica atual. Automaticamente, a população belenense diminuiu drasticamente as expectativas de adquirirem, nesse atual momento, bens duráveis, como automóveis, eletrodomésticos, celulares etc. Esse indicador teve a menor pontuação na capital paraense, alcançando apenas 64 pontos - queda de 15,5% entre maio e junho deste ano e de 28,5% entre junho do ano passado e junho de 2015.

Outro dado preocupante é a desconfiança na perspectiva de consumo, ou seja, na expectativa da população de melhora na situação econômica do País, o que pode vir a permitir o aumento do consumo. O índice de 112,2 pontos foi resultado da queda de 10% na oscilação entre maio e o mês atual e de 15,7% entre 2014 e 2015. Diante desse cenário sombrio da economia brasileira, os entrevistados mostram-se mais inseguros em fazer empréstimos. A pontuação dos que avaliam essa época favorável para terem acesso a créditos bancários, como uso do cheque especial, empréstimos consignados, entre outros, caiu de 129,5 pontos entre junho de 2014 e 88,7 pontos nesse mês (-33,5%). Na comparação com o mês de maio passado, essa oscilação foi de 12%. A insatisfação com renda atual é mais um indicador que mostra a insegurança dos habitantes com o atual momento econômico. O índice mensal foi de 110,9 pontos, ante 121,7 pontos do mês anterior (-8,9%) e de 139,5 pontos de junho de 2014 (-20,5%).

O índice de famílias belenenses que se sentem mais seguras em relação ao Emprego Atual também registrou um dos menores índices desde que se iniciou a série histórica da CNC, em janeiro de 2010. O quesito que vem diminuindo a cada mês e que no mês anterior estava em 128,4 pontos, alcançou em junho 119 pontos - retração de 7,3%. Em junho de 2014, esse quesito que avalia a segurança do trabalhador com o seu emprego atual, o medo de perder o emprego, era de 122,6 pontos. resultado inferior ao atual só foi observado em outubro de 2012, quando o registro foi de 166,2 pontos. A possibilidade de melhoria na perspectiva profissional para as famílias da capital paraenses também acompanhou essas avaliações negativas e chegou a 130,6 pontos em junho, enquanto em maio de 2015 foi de 142,6 pontos e de 170,87 pontos em junho de 2014.


Veículo: Jornal O Liberal - PA


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