O feijão foi o produto que mais registrou queda, com índice de 21,5%
Pela primeira vez este ano, a alimentação básica dos paraenses apresentou recuo nos preços. Segundo levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos no Pará (Dieese-PA), no mês passado, a cesta básica das famílias que residem na Região Metropolitana de Belém (RMB) ficou 3,17% mais em conta, se comparado ao mês de junho. As pesquisas do Dieese-PA apontam que em julho o trabalhador que recebe um salário mínimo precisou desembolsar R$ 308,37 para adquirir os 12 itens que compõem a cesta, comprometendo 46% da sua renda. O estudo foi feito em 18 das 26 capitais brasileiras, sendo que em todas houve retração nos preços.
Ainda de acordo com o balanço efetuado pelo Dieese-PA, a maioria dos produtos apresentou quedas de preços no mês passado, com destaque para feijão, com recuo de 21,52%; seguido do tomate (-8,37%); do óleo de cozinha (-2,73%); da farinha de mandioca (-2,25%); do arroz (-1,42%) e do leite (-1,29%). Também no mês passado, alguns produtos mantiveram a tendência de alta, como ocorreu no caso do café, cujo preço foi reajustado em 1,32%, seguido da banana (0,96%); do açúcar (0,79%) e da carne bovina (0,69%). Os dados do Departamento indicam que, no mês passado, o custo médio da cesta básica para uma família composta de dois adultos e duas crianças, foi de R$ 925,11.
Conforme explica o supervisor técnico do Dieese-PA, Roberto Sena, com os custos apurados no mês passado, para garantir a alimentação básica da família, o trabalhador no Pará precisa dispor de aproximadamente 1,3 salário mínimo. "Calculamos que o empregado paraense que ganha um salário mínimo, está trabalhando 93 horas e 42 minutos, das 220 horas previstas em lei, para garantir a alimentação básica à sua família", afirma. Sena diz que, no acumulado do ano, a cesta básica da RMB fechou os sete primeiros meses com expansão de 4,06%, contra uma inflação que não deve ultrapassar 4%.
Veículo: O Liberal - PA