Monsanto lançará no país seu milho doce transgênico

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A Monsanto prepara o lançamento no Brasil de sua primeira semente de alimento geneticamente modificado destinado ao consumo humano. Até 2016, deverá chegar às gôndolas uma variedade de milho doce, produto ainda restrito no mercado brasileiro, mais afeito ao milho verde. Naturalmente mais adocicado, ele será oferecido in natura (na forma de espiga) ou industrializado (em conserva).

Segundo Fernando Guimarães, gerente do negócio de hortaliças da Monsanto do Brasil, a semente do milho doce MON 89034 tem embutida a tecnologia Bt, o que lhe confere resistência a pragas. A variedade faz parte do portfólio da Performance Series, linha exclusiva de biotecnologia da Seminis, o braço de hortaliças da Monsanto.

"Ao contrário dos americanos, que comem espiga do doce, aqui o consumo é basicamente de milho verde. O doce está mais presente no industrializado. Por isso, há forte potencial de expansão de consumo", afirmou Fernando Guimarães, em entrevista ao Valor, no escritório da Seminis em Campinas.

Com sede em St. Louis, nos EUA, a Monsanto vê o Brasil como um país-chave na estratégia de expansão também de sua divisão de hortaliças. O país representa atualmente de 3% a 4% do faturamento global da Seminis.

Com a iniciativa, a Monsanto tenta também avançar em um terreno dominado pela Syngenta no Brasil, que detém cerca de 90% de participação de mercado.

Atualmente, a Performance Series trabalha apenas com transgênicos de milho, onde já há variedades aprovadas no mercado americano. De acordo com Guimarães, a aprovação para consumo final não difere das aprovações para outros fins. A comercialização do MON 89034 foi autorizada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) - que rege esse mercado no Brasil - em 2009.

"A variedade geneticamente modificada é que é aprovada, independentemente do seu fim, se é para uso industrial ou para consumo humano", disse ele, refutando temores do consumidor em ingerir a espiga transgênica.

As sementes do milho doce sairão das estações de hortaliças da Seminis no Brasil - em Uberlândia e Carandaí, ambas em Minas Gerais. Nessas unidades já são trabalhadas variedades melhoradas de forma convencional de cenoura tropical e pimentão, - sujeitas à forte pressão de doenças - e, agora, do milho doce transgênico. "O milho é um 'drive' de crescimento, mas enxergamos forte potencial para tomates e brócolis convencionais também", afirma Guimarães.

Nos EUA, o mercado de milho doce in natura (espiga) representa 3,3 milhões de toneladas, segundo cálculos do setor. Na vizinha Argentina, o consumo registrou uma guinada expressiva na última década, situando-se hoje na casa de 112 mil toneladas. No Brasil são apenas 15 mil toneladas. "Consideramos ainda um nicho de mercado", diz Cristiano Lutkemeyer, gerente de marketing de culturas da Syngenta, líder no segmento.

Questionado sobre a possibilidade de a Syngenta comercializar milho doce transgênico, o executivo afirmou que "a companhia tem condições para isso, desde que o mercado demande".



Veículo: Valor Econômico


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