Walmart monitora origem da carne por satélite

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Empresa também lança projeto de apoio técnico a pecuaristas da região Amazônica em conjunto com o frigorífico Marfrig e a ONG The Nature Conservancy (TNC)


De um lado, assegurar aos consumidores maior garantia sobre a origem da carne bovina comprada no supermercado por meio de um sistema de monitoramento por satélite. De outro, apoiar os pecuaristas da Amazônia para a produção de gado de um modo mais sustentável. Esses são os principais objetivos dos dois novos projetos do Programa de Pecuária Sustentável do Walmart Brasil, lançados esta semana em conjunto com os frigoríficos parceiros da rede. Essa é mais uma iniciativa do setor supermercadista que representado pela Abras, em âmbito nacional, firmou compromisso com o Ministério Público Federal no dia 25 de março para a promoção da pecuária sustentável.


Pioneiro no mercado varejista brasileiro, o sistema de monitoramento e gestão de risco da carne bovina do Walmart é fruto de 1,5 ano de estudos e tem como diferencial integrar em um mesmo sistema dados de georreferenciamento que mapeiam desmatamento, terras indígenas e unidades de conservação com informações de listas públicas de áreas embargadas e trabalho escravo).


"Como essas informações foram integradas ao nosso sistema de compra de carne, a equipe comercial vai saber de forma rápida e precisa, antes de receber o pedido do frigorífico, se há algum risco ambiental ou social na compra de carne de determinada fazenda", explica o Vice-Presidente Comercial do Walmart Brasil, Alain Benvenutti.


Dependendo do risco identificado pelo sistema, como desmatamento ou trabalho escravo, o sistema pode bloquear o pedido de compra e enviar notificação para o fornecedor imediatamente. "A empresa só volta a negociar com aquela fazenda após comprovação de que os problemas foram resolvidos", acrescenta. Para cada nível de risco, complementa Alain, há uma ação específica recomendada pelo sistema para ser tomada.


"O nosso sistema de monitoramento é um passo enorme do varejo em busca de uma cadeia da carne mais sustentável. O caminho da carne entre a fazenda e o supermercado é muito longo e com esse sistema vamos ampliar bastante o grau de precisão sobre a origem do produto", comenta a diretora de Sustentabilidade do Walmart, Camila Valverde.


O primeiro frigorífico a aderir ao projeto foi a JBS. Maior indústria do setor no país, a JBS entrou ainda na fase de desenvolvimento do sistema, fornecendo as informações sobre suas plantas e fazendas na Amazônia. Todos os demais frigoríficos parceiros da rede de supermercados vão cadastrar até junho suas informações geográficas (latitude, longitude, perímetro etc) sobre as fazendas diretas que compram a carne que vai para o Walmart.


Dessa forma, a empresa acredita que todo o volume de carne comercializado nas lojas, que é proveniente de centenas de plantas frigoríficas e de milhares de fazendas distribuídas pelos estados do bioma amazônico, estará 100% monitorado até 2015.


"Vamos já estamos monitorando as plantas frigoríficas e agora começando a monitorar também as fazendas localizadas na Amazônia. Depois vamos ampliar para outros biomas e regiões do país. Priorizamos a região amazônica, pois sabemos o quanto a Amazônia é fundamental para o planeta e o impacto da pecuária no desmatamento e emissão de gases de efeito estufa naquela região", explica Camila Valverde.


PONTA A PONTA - Além do sistema de monitoramento por satélite da origem da carne, o programa de Pecuária Sustentável do Walmart inclui o apoio aos pecuaristas da Amazônia para uma produção mais sustentável de carne. Em parceria com o frigorífico Marfrig e com a ONG TNC (The Nature Conservancy), o Walmart está investindo no apoio técnico a produtores rurais que queiram regularizar sua situação ambiental e aumentar sua produtividade.


Os municípios de São Félix do Xingu e Tucumã, no sudeste do Pará, foram os escolhidos para o projeto por causa do seu alto potencial de conservação e por sua crescente relevância econômica. A região concentra enormes trechos de floresta, distribuídas em áreas de proteção ambiental, terras indígenas e propriedades privadas, além de importantes rios como o Xingu. Ao mesmo tempo, é uma das fronteiras agropecuárias mais dinâmicas do Brasil. São Félix do Xingu, por exemplo, é o município com mais cabeças de gado no país, segundo o IBGE.


Em termos de apoio técnico, o objetivo é construir modelos de restauração florestal. Para isso, técnicos do projeto vão orientar a recuperação de áreas desmatadas em 20 propriedades-piloto (10 em Tucumã e 10 em São Félix) e, a partir dos resultados obtidos, oferecerão aos produtores de toda a região exemplos locais e concretos de como trazer a floresta de volta às suas fazendas.


Outras três propriedades servirão de área-piloto para iniciativas de aumento da produtividade da pecuária, de forma a garantir que os produtores locais possam expandir sua produção sem desmatar novas áreas. Em conjunto com prefeituras e sindicatos de produtores rurais, as organizações vão ainda capacitar funcionários das Secretarias de Meio Ambiente dos dois municípios, para ampliar a capacidade dos governos locais de atender produtores interessados em obter a LAR.


"Ao orientar e treinar o produtor rural da Amazônia sobre como atuar de acordo com os melhores padrões ambientais e sociais, acreditamos que é possível mudar a realidade da produção de carne no bioma. Para nós, esse projeto se complementa de forma perfeita ao sistema de monitoramento, proporcionando uma atuação integrada, de ponta a ponta, em relação ao setor", avalia Camila Valverde.


HISTÓRICO - Desde 2009, o Walmart vem desenvolvendo diversas iniciativas com foco na pecuária sustentável. Naquele ano, lançou um programa de rastreabilidade da carne marca própria Campeiro, proveniente do Rio Grande do Sul e em parceria com a Marfrig. Há mais de quatro anos, a empresa também tem atuação ativa nos principais fóruns de discussão sobre o setor no país, com o Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS), que envolve bancos, frigoríficos e varejistas, e o Conexões Sustentáveis. A rede também é signatária do Pacto pela Erradicação do Trabalho Escravo, do Ministério do Trabalho e OIT, desenvolvendo ações de conscientização dos fornecedores e aplicando sanções quando necessário.


Conheça melhor o projeto Walmart de melhores práticas socioambientais no Pará


Fonte: Assessoria de Comunicação do Walmart/Redação Portal Abras

 


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