Supermercados gaúchos em rota de colisão com operadoras de tíquetes e vales-alimentação

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Agas alerta o varejo para problemas com empresas do setor



Na mesma semana em que o Banco Central defendeu a abertura do mercado de cartões, buscando o fim das exclusividades ainda existentes nos vales-refeição e alimentação, a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) alerta o varejo do Estado para os recorrentes problemas que o setor está registrando junto às empresas operadoras de tíquetes e de vales-alimentação brasileiras. Segundo o presidente da entidade, Antônio Cesa Longo, não bastassem os altos encargos com o deságio do valor do tíquete, as taxas de habilitação, o eventual aluguel da máquina e a demora de até 35 dias na restituição dos vales, os supermercadistas e comerciantes agora começam a registrar casos de falta de restituição dos valores por operadoras conceituadas e nacionalmente reconhecidas.


Segundo Longo, a frequência dos problemas obrigou a Agas a fazer o alerta sobretudo aos pequenos comerciantes, que muitas vezes não têm o controle completo dos valores recebidos em tíquetes. "É necessário que as empresas supermercadistas menores busquem softwares que garantam este controle pleno sobre os vales-alimentação, diminuindo os riscos de golpes", aconselha o empresário. "O que seria um benefício aos trabalhadores está sendo usado com má-fé, em muitos casos, para explorar o pequeno varejo", completa o presidente da Associação.


Na próxima semana, a Agas vai convocar diretores das principais operadoras de tíquetes do Estado e manifestar o descontentamento do setor. Â"Queremos rever a situação do mercado, ou é o varejo quem precisará rever a utilização destes meios de pagamentoÂ", adianta Longo. Entretanto, o dirigente destaca que, ao menos por enquanto, os trabalhadores não correm o risco do fim da aceitação dos tíquetes pelos supermercados gaúchos.



Entenda a taxa negativa do deságio -


A taxa negativa de deságio é uma margem cobrada aos supermercados, pelas operadoras, sobre o valor real de cada tíquete. "Ao pagar suas compras com um vale-alimentação de R$ 100, por exemplo, o consumidor está destinando somente cerca de R$ 93 ao supermercado", explica Longo.



A posição do Banco Central -


Nesta semana, o diretor de política monetária do Banco Central (BC), Aldo Luiz Mendes, defendeu a continuidade do movimento de abertura do mercado de cartões, citando "o fim das exclusividades que ainda existem" e destacando especificamente o setor de vale-alimentação e refeição. Há dois anos, o governo pressionou o mercado de cartões, que quebrou a exclusividade de captura entre as bandeiras Visa e MasterCard e as credenciadoras Cielo e Redecard, respectivamente, por meio de autorregulação. No entanto, ficaram de fora desse movimento as empresas de voucher e algumas bandeiras como Hipercard (da Redecard), Elo e American Express (ambas da Cielo). O diretor defendeu ainda uma maior redução nos custos de credenciamento cobrados das empresas varejistas, já que o BC observou um aumento na taxa de aluguel das leitoras de cartões no início deste ano.



Autor: Francisco Brust
Fonte: Imprensa Agas / ConsumidorRS (20.10.12)


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