Planalto já estuda novas ações para acelerar economia

Leia em 2min 30s

Ideia do governo é usar medidas para ampliar crédito a empresas e frear queda nas vendas de automóveis
De acordo com IBGE, vendas do comércio varejista cresceram apenas 0,2% em março ante fevereiro


Novos sinais de desânimo na economia acenderam o sinal amarelo no Planalto e o governo já estuda medidas adicionais para reativar o crescimento.


Segundo a Folha apurou, estão em análise ações para ampliar o crédito destinado a empresas. Um dos focos é o setor automotivo, que está vendendo menos do que no ano passado.


A ideia é usar os bancos públicos (BNDES, Banco do Brasil e Caixa) para impulsionar o mercado de crédito.


Dados indicando um ritmo fraco da economia, a despeito da queda de juros e das desonerações tributárias promovidas neste ano, levaram a presidente Dilma Rousseff a chamar anteontem o ministro Guido Mantega (Fazenda) para uma reunião sobre os cenários doméstico e externo.


Dentro do governo, há quem defenda até aumentar os gastos públicos e reduzir o aperto fiscal para estimular o consumo e o investimento.
Segundo integrantes do governo, no entanto, a medida só será adotada num "caso extremo": se, por exemplo, a atual estagnação persistir no segundo semestre.


Nas palavras de um assessor, seria uma providência para um cenário de "luz vermelha". No momento, diz-se, está acesa a amarela.

 

 

CONSENSO


Os indicadores divulgados nos últimos dias consolidaram o consenso de que o crescimento da economia no primeiro trimestre, a ser divulgado em duas semanas, será mais fraco do que se imaginava -e o resultado final de 2012 também não será nada animador.


Mesmo o governo, que tradicionalmente busca transmitir otimismo, já começou a desembarcar da previsão oficial de expansão de 4,5%. Prepara-se o terreno político para algo mais perto de 3%.
Nem setores que sempre produziram boas notícias encorajam projeções favoráveis.


O IBGE divulgou ontem que as vendas do comércio varejista cresceram só 0,2% em março ante fevereiro -mês em que a taxa foi zero.
"Esperava-se crescimento mais forte e a economia brasileira não vem deslanchando nesse início de 2012", disse o pesquisador do IBGE, Reinaldo Pereira.


O Ministério do Trabalho informou que, embora o mercado de trabalho continue criando vagas com carteira assinada, a oferta de empregos não tem o mesmo vigor.


No primeiro quadrimestre, o número de empregos formais (excluídos servidores públicos com estabilidade no cargo) passou de 37,9 milhões para 38,6 milhões.


A alta de 1,85% é pequena frente às taxas de 5% dos últimos anos.
Além disso, nesta semana, a Serasa mostrou que a ofensiva oficial pela queda dos juros pode não ser suficiente para elevar a procura por crédito. Com a renda crescendo em marcha lenta e a inadimplência em alta, consumidores evitam novas dívidas.


VALDO CRUZ
GUSTAVO PATU
DE BRASÍLIA
Colaboraram DENISE LUNA, do Rio, e PRISCILLA OLIVEIRA, de Brasília
Fonte: Folha.com.br (18.05.12)

 


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