Lei da Copa passa no Senado e vai à sanção presidencial

Leia em 2min 30s

O plenário do Senado aprovou em votação simbólica, na noite de ontem, a Lei Geral da Copa com as regras para o Mundial em 2014 e a Copa das Confederações de 2013. A proposta vai para sanção da presidente Dilma Rousseff. Os senadores não fizeram alterações no texto votado na Câmara.


A proposta foi aprovada em plenário após acordo do governo com senadores, prevendo a manutenção do texto aprovado pelos deputados. Como houve dispensa de votação em comissões temáticas no Senado, os senadores Ana Amélia (PP-RS), Blairo Maggi (PR-MT), Francisco Dornelles (PP-RJ) e Vital do Rêgo (PMDB-PB), relatores da proposta, leram em plenário os respectivos pareceres favoráveis à aprovação.
O acordo para evitar alterações ao texto permitiu que a proposta não voltasse à Câmara. Havia a possibilidade de o texto não ser aprovado antes de o prazo máximo para a análise pelo Congresso, um ano antes da realização da Copa das Confederações, em junho de 2013.


A senadora Ana Amélia lamentou, entretanto, a urgência em aprovar a Lei da Copa sem a realização de um amplo debate no Senado. A senadora considerou que as polêmicas envolvendo as negociações com a Federação Internacional de Futebol (Fifa) deveriam ter sido discutidas à época da assinatura de contratos, em 2007.


"Muitas questões jurídicas ainda vão surgir. A presidente, com certeza, vai vetar. Há erro na origem. A pressa do governo nos deixa sufocantes", disse Ana Amélia.


A Lei Geral da Copa foi enviada pelo Executivo ao Congresso Nacional no fim de 2011.
Sem modificações pelos senadores, fica liberada a venda de bebidas alcoólicas durante a realização do evento, como queria o governo. Essa foi a maior polêmica envolvendo a lei no Congresso. Vários senadores fizeram questão de manifestar contrariedade à permissão.


A liberação durante os jogos foi possível pela supressão de artigo do Estatuto do Torcedor que proíbe o porte de bebidas alcoólicas em estádios e arredores. A Fifa, entretanto, vai precisar negociar com Estados cujas legislações próprias proíbam a venda de bebidas.


O acordo político para a votação não evitou, porém, críticas à proposta, sobretudo às concessões feitas à Fifa. O líder do DEM, senador José Agripino (RN), disse que votaria a favor do texto, mas alertou para a liberação da venda de bebidas. "Isso é um perigo pelos antecedentes de violência que já assistimos entre times do Brasil", disse.


Com a lei, será reservado 1% dos ingressos a pessoas portadoras de deficiência. Um lote de 300 mil entradas será vendido a preços populares. Os ingressos de meia-entrada serão concedidos a estudantes, idosos e beneficiários de programas sociais do governo federal.


Governadores de Estados-sede do Mundial poderão decretar ponto facultativo e escolas entrarão em recesso durante os jogos. A Fifa ficará isenta de responsabilidade legal em relação a incidentes que possam ocorrer durante os jogos de 2014.



Por Bruno Peres | De Brasília


Fonte: Valor Econômico (10.05.12)

 


Veja também

Quem reduzir consumo de energia terá bônus na conta, diz secretário

Bônus será para quem economizar 10% de energia com relação a 2020   O Brasil passa pel...

Veja mais
Confaz prorroga até 31 de dezembro a isenção de ICMS sobre transporte no enfrentamento à pandemia

Convênios prorrogados também amparam empresas, autorizando que os estados não exijam o imposto por d...

Veja mais
Mapa estabelece critérios de destinação do leite fora dos padrões

PORTARIA Nº 392, DE 9 DE SETEMBRO DE 2021   Estabelece os critérios de destinação do le...

Veja mais
Empresa não deve indenizar por oferecer descontos apenas a novos clientes

Não há vedação legal para que fornecedores de serviços ofereçam descontos apen...

Veja mais
Justiça do Trabalho é incompetente para execução das contribuições sociais destinadas a terceiros

A 9ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT/RJ), ao julgar um agravo de petiç&...

Veja mais
Corte Especial reafirma possibilidade de uso do agravo de instrumento contra decisão sobre competência

A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) acolheu embargos de divergência e reafirmou o entend...

Veja mais
Partidos questionam MP sobre remoção de conteúdo das redes sociais

Seis legendas buscam no STF a suspensão dos efeitos da norma assinada pelo chefe do Executivo federal.   O...

Veja mais
Consumo das famílias cresce 4,84% em julho, diz ABRAS

Cebola, batata e arroz foram os produtos com maiores quedas no período   O consumo das famílias bra...

Veja mais
Lei que prorroga tributos municipais na epidemia é constitucional, diz TJ-SP

Inexiste reserva de iniciativa de projetos de lei versando sobre matéria tributária, a teor do dispos...

Veja mais