Indústria diz sentir o impacto do fim de sacolas gratuitas

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Fabricantes de embalagens descartáveis afirmam que encomendas para o estado de são paulo despencaram

Setor, no entanto, adota discurso de cautela e diz que sucesso do banimento dependerá dos consumidores

 

 

A indústria de embalagens já sente o impacto do fim da distribuição das sacolas plásticas pelos supermercados do Estado de São Paulo a partir do próximo dia 25: as encomendas despencaram. 

 

"O varejo já cortou pedidos, e isso começa a gerar demissões e cortes de gastos pelas empresas do setor", diz Miguel Bahiense, presidente do Instituto Socioambiental dos Plásticos, entidade que representa a indústria. 

 

Segundo um empresário que pediu para não ter o nome revelado, "a maioria dos clientes de São Paulo não renovou os pedidos". 

 

Bahiense diz que ainda não é possível estimar o prejuízo inicial do acordo firmado entre o governo de São Paulo e a entidade que representa os supermercados para o banimento das sacolas. 

 

Mas ressalta que estão em jogo um faturamento anual de R$ 200 milhões (pouco menos da metade dos R$ 500 milhões estimados para todo o Brasil), 6.000 empregos diretos e 28 mil indiretos. 

 

 

CAUTELA 

 

Apesar da queda nas encomendas das sacolinhas tradicionais (chamadas de descartáveis), a indústria plástica resolveu manter cautela. 

 

O setor adotou o discurso de que ainda é cedo para prever o impacto da mudança e tudo vai depender da reação dos consumidores e do grau de adesão do varejo ao acordo, já que em São Paulo a mudança não é obrigatória. 

 

"O sucesso dessa medida vai depender do comportamento dos consumidores. Além disso, existem redes que não são signatárias do acordo. Só vamos ter uma ideia do impacto depois do dia 25", diz Paulo Coelho, responsável por sacolas na área de polietileno da Braskem. 

 

Gigante do setor petroquímico, a Braskem é a maior fornecedora da resina utilizada na fabricação das sacolas tradicionais no país. Coelho diz que a demanda pela matéria-prima cresceu a um ritmo mais fraco que a tendência histórica em 2011, mas atribui isso à desaceleração da economia brasileira.

 

Pão de Açúcar, Carrefour e Walmart, que representam 43% do mercado do Estado, vão suspender a distribuição. 

 

Mas Bahiense ressalta que a participação das redes menores não é certa, embora a Apas (Associação Paulista dos Supermercados) espere adesão de todo o mercado. 

 

Pesquisa feita pelo Ibope em outubro de 2011 mostrou que 77% da população de Jundiaí aprovava o fim da distribuição das sacolas descartáveis um ano depois da adoção da medida. 

 

Mas, para Bahiense, Jundiaí não serve como parâmetro porque a renda média da cidade é relativamente alta: 

"Em regiões onde a renda é mais baixa, a dependência das sacolinhas para acomodar lixo é maior".

 

 

ÉRICA DE FRAGA

DE SÃO PAULO

Fonte: Folha.com.br (23.01.12)


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