Os pedidos de falência no Brasil registraram alta de 26,5% no 1º semestre de 2016 em relação ao mesmo período de 2015. A pesquisa, feita pelo Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), também aponta que nos seis primeiros meses deste ano as falências decretadas subiram 11,3% em relação ao período equivalente do ano anterior.
Quanto aos pedidos de recuperação judicial e às recuperações judiciais deferidas, no acumulado do semestre seguiram tendência de alta, registrando 113,5% e 118,8%, respectivamente.
Os dados mostram a fraqueza da economia brasileira, mas, pelo menos em um primeiro momento, significam também mais trabalho para os escritórios de advocacia. Em evento sobre gestão de escritórios em junho, a advogadaThalita de Marco Vani, do Saeki Advogados, contou que os serviços de recuperação judicial e cobranças aumentou devido ao momento econômico. Para Fernando Augusto Fernandes, sócio do Fernando Fernandes Advogado, “a crise econômica gera demanda na advocacia e dificuldades nos recebimentos”.
Variações nas falências e recuperações judiciais
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| Jan - jun 2016/2015 | Jun/2016 - jun/2015 | Jun /2016 - mai/2016 |
Pedidos de falência | 26,5% | 22,8% | 20,2% |
Falências decretadas | 11,3% | 0,9% | -15,6% |
Pedidos de recuperação judicial | 113,5% | 77,7% | 21,5% |
Recuperações judiciais deferidas | 118,8% | 100% | 15,8%
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O crescimento das falências no primeiro semestre de 2016 é bem mais significativo do que o observado no primeiro semestre de 2015, quando os pedidos acumulavam alta de 9,2%. Para o SCPC, a fraca atividade econômica e os elevados custos atingiram fortemente o caixa das empresas ao longo de 2015, e os pedidos de falência fecharam aquele ano com crescimento de 16,4%. Já as recuperações cresceram 51,0%. A tendência de alta não só continuou como se intensificou no primeiro semestre deste ano.
Separação por tamanho
A pesquisa detalha também como estão distribuídas as falências e recuperações judiciais por porte de empresa no primeiro semestre de 2016, a partir dos critérios de porte de empresa adotados pelo BNDES.
As pequenas empresas, por exemplo, representam cerca de 86% dos pedidos de falências e 92% das falências decretadas. Tanto nos pedidos de recuperação judicial como nas recuperações judiciais deferidas, as pequenas empresas também correspondem ao maior percentual: 93% e 92% respectivamente.
Distribuição das falências e recuperações judiciais por porte
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| Pequenas | Médias | Grandes |
Pedidos de falência | 86% | 10% | 4% |
Falências decretadas | 92% | 7% | 1% |
Pedidos de recuperação judicial | 93% | 7% | 1% |
Recuperações judiciais deferidas | 92% | 7% | 1% |
Por setor
Na divisão por setor da economia, o setor de serviços foi o que representou mais casos nos pedidos de falência (40%), seguido do setor industrial (34%) e do comércio (26%). Embora não seja o setor responsável pelo maior percentual de falências, o setor industrial foi o único que cresceu acima dos 26,5%, subindo 30,6%. Serviços cresceram 29,5%, e comércio, 16,3%.
Falências e recuperações judiciais por setor da economia
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| Indústria | Comércio | Serviços |
Pedidos de falência | 34% | 26% | 40% |
Falências decretadas | 33% | 30% | 37% |
Pedidos de recuperação judicial | 26% | 43% | 31% |
Recuperações judiciais deferidas | 24% | 42% | 34%
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Fonte: Revista Consultor Jurídico (04.07.2016)