Setor atacadista distribuidor fatura R$ 218,4 bi em 2015 e tem crescimento nominal de 3,1%

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A Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (ABAD) divulgou hoje (25/4) os resultados da pesquisa Ranking ABAD/Nielsen 2016 - ano base 2015. De acordo com os resultados da pesquisa, no ano passado o setor atacadista e distribuidor cresceu 3,1% em termos nominais e apresentou queda de -6,8% em termos reais. A pesquisa destacou o crescimento de médios e pequenos atacados regionais.

 

Segundo o presidente da ABAD, José do Egito Frota Lopes Filho, com o cenário de crise atual os empresários do setor priorizam investimentos de forma assertiva. "A necessidade impele o empresário a pôr a casa em ordem e preparar o negócio para um novo salto de crescimento sustentado, assim que a economia mostrar alguma recuperação. A dificuldade, enfrentada com criatividade, no futuro irá beneficiar o setor", diz.

 

O faturamento anual foi de R$ 218,4 bilhões, garantindo ao setor uma fatia de 50,6% do mercado mercearil nacional. É o 11º ano em que essa participação de mercado supera os 50%, atestando a importância da atuação do chamado Canal Indireto da indústria, que atende a todos os estabelecimentos varejistas que não têm volume de pedidos para adquirir produtos diretamente do fabricante.

 

O mercado mercearil compreende produtos de uso comum das famílias, como alimentos, bebidas, limpeza, higiene e cuidados pessoais, entre outros. Os números do Ranking são apurados a partir de dados fornecidos voluntariamente por empresas do setor associadas à ABAD e analisados pela consultoria Nielsen, em parceria com a FIA (Fundação Instituto de Administração).

O Ranking ABAD/Nielsen 2016 - ano base 2015 contou com a participação de 544 atacadistas e distribuidores de todo o Brasil. Essas empresas representam aproximadamente 42% do mercado atacadista distribuidor brasileiro, em faturamento.

 

Crescimento regionalizado 
Em número de respondentes, o destaque é a participação do Nordeste, com 193 empresas (36% do total). Já em termos de faturamento, verificamos que o Sudeste corresponde a 39% do setor, seguido em importância pelo Nordeste (29%), pelo Sul (16%), pelo Centro-Oeste (9%) e pelo Norte do país (7%).


Os números consolidam a importância da região Sudeste, que concentra a maior parte do PIB nacional; contudo, no Ranking deste ano, a região foi a única que cresceu abaixo da média nacional observada entre as empresas participantes do estudo, que foi de 5,7% nominais (contra 3,1% do setor como um todo).
Por região, em termos nominais, as empresas respondentes cresceram, em média, 6,3% no Nordeste; 6,8% no Sul; 7,9% no Centro-Oeste, 9,8% no Norte e 3,7% no Sudeste.


Por porte de empresa, também no universo dos respondentes, foram os pequenos atacadistas e distribuidores que apresentaram os melhores resultados nas regiões Norte (crescimento de 11,2%), Centro-Oeste (12,3%) e Sudeste (9,8%). Em média, no Brasil, o crescimento dessas empresas com faturamento anual entre R$ 400 mil e R$ 163 milhões foi de 7,6%.


As empresas de porte médio com faturamento entre R$ 166 milhões e R$ 1,4 bilhões também se destacaram em crescimento na média do país (7,9%), chegando a 8,1% na região Norte.
Os dados apontam a consolidação de uma tendência de interiorização do crescimento. Na região Norte, o mercado está longe da saturação e ainda oferece boas oportunidades. O Centro-Oeste, conta com o sucesso do agronegócio, que consegue preservar melhor a economia local e o poder de compra das famílias. Além disso, a região inclui o Distrito Federal, com a maior renda per capita do país. No Nordeste e no Sul, o crescimento reflete a presença de atacados de grande porte, e o desempenho foi bem superior ao da região Sudeste.

Embora forte em números absolutos, o Sudeste apresenta um mercado mais maduro e concorrência mais acirrada, sem tanto espaço para o crescimento das empresas. Mas, como já mencionado, os agentes de distribuição de pequeno porte ainda encontram terreno fértil nessa região, pois têm a vantagem de ser ágeis e conhecer mais de perto os seus clientes.

 

Participação 
Entre os respondentes do Ranking, 43,3% atuam no modelo "Distribuidor"; 31,9%, no modelo "Atacado com Entrega"; 19,3%, no modelo "Atacado de Autosserviço; 4,1%, no modelo "Atacado de Balcão"; 1,4%, no modelo Operador de Vendas".
Já as linhas de produtos mais relevantes para o negócio são alimentos industrializados, higiene pessoal e limpeza doméstica, para os distribuidores; alimentos industrializados, higiene pessoal e produto para a saúde, no caso do atacado com entrega; alimentos industrializados, bebidas e higiene pessoal, no atacado de autosserviço; e perecíveis frescos, alimentos industrializados e bebidas, no atacado de balcão.

 

Expectativas e investimentos 
As expectativas de crescimento em termos de faturamento, volume de vendas e base clientes tiveram pequena redução em relação ao ano passado, mas ainda seguem bastante altas, com mais de 60% dos respondentes acreditando em crescimento. Já a expectativa em relação à rentabilidade permanece positiva para cerca de 52% dos empresários.


Realizando-se a comparação entre as mesmas empresas respondentes nos dois últimos anos, verifica-se também que os gestores pretendem apenas manter a maioria os investimentos, sem ampliá-los. Mas em dois segmentos a intenção de ampliar investimentos supera 50% dos respondentes: tecnologia da gestão (55,4%) e sistemas de informação (51,4%).


Número de empresas participantes deste ano: 544


Números do segmento

 
Atacadista distribuidor em  2015
• Faturamento total em 2014: R$ 218,4 bilhões
• Crescimento real: - 6,8% em relação ao ano anterior
• Crescimento nominal: + 3,1% em relação ao ano anterior
• Participação no mercado mercearil: 50,6%
• Pontos de venda atendidos: 1.070.214
• Área de armazenagem (seco + frigorífico): 13,9 milhões de m2
• Funcionários: 355,2 mil
• Vendedores diretos: 53,5 mil
• Representantes comerciais / autônomos: 59,6 mil
• Frota de veículos próprios: 48,9 mil

 

 

Fonte: Portal ABRAS/ Assessoria de Imprensa da ABAD

 


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