Governo quer discutir reajuste do mínimo com Centrais Sindicais

Leia em 2min

O governo Dilma Rousseff começará a discutir, a partir da semana que vem, a criação de um novo modelo para o reajuste do salário mínimo.

A ideia, segundo a Folha apurou com assessores da presidente, é iniciar o debate durante reunião com as centrais sindicais na terça-feira (3).

Do lado do governo, está prevista a participação dos ministros Miguel Rossetto (secretaria-geral), Carlos Gabas (Previdência) e Manoel Dias (Trabalho).

 

O encontro, segundo a Folha apurou, servirá não apenas para discutir as novas regras do seguro-desemprego, auxílio-doença e abono salarial, mas também os possíveis cenários para reajuste do mínimo no próximo ano.

A fórmula em vigor, que vence neste ano, prevê reajuste de acordo com a variação do PIB do ano anterior e a inflação de dois anos antes.

 

A ideia é mostrar às centrais que, diante das perspectivas de um PIB ruim, o melhor caminho seria repensar a regra. Mesmo sem propostas concretas, o governo quer indicar que um novo modelo pode garantir aumento real do salário independentemente do desempenho econômico.

Projeções do mercado indicam que, ao manter as atuais regras de reajuste, o ritmo de valorização do salário mínimo deve cair mais de 50% do primeiro para o segundo mandato de Dilma.

 

Como o assunto é delicado, assessores do governo consideram que as discussões devem se estender ao longo de todo o ano. A estratégia é ganhar tempo e evitar uma crise com as centrais em 2016.

A discussão sobre o modelo de reajuste do mínimo já foi motivo de bronca da presidente Dilma Rousseff em seu recém-chegado ministro Nelson Barbosa (Planejamento) no início do mês.

 

Barbosa afirmou que uma nova regra seria encaminhada ao Congresso. A avaliação agora é que o tema seja tratado de forma gradual, com o tom de que será "para o bem".

O momento para o debate, porém, é ruim. O governo ainda está perdendo na briga pela manutenção do pacote trabalhista e previdenciário.

 

O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, opõe-se ao debate. Para ele, a regra atual é vantajosa. O presidente da UGT, Ricardo Patah, vê risco de redução dos ganhos para o trabalhador. "É melhor manter um reajuste pequeno, mas apostar em um Brasil que cresça."

 

 

Julia Borba de Brasília

 

 


Veja também

Quem reduzir consumo de energia terá bônus na conta, diz secretário

Bônus será para quem economizar 10% de energia com relação a 2020   O Brasil passa pel...

Veja mais
Confaz prorroga até 31 de dezembro a isenção de ICMS sobre transporte no enfrentamento à pandemia

Convênios prorrogados também amparam empresas, autorizando que os estados não exijam o imposto por d...

Veja mais
Mapa estabelece critérios de destinação do leite fora dos padrões

PORTARIA Nº 392, DE 9 DE SETEMBRO DE 2021   Estabelece os critérios de destinação do le...

Veja mais
Empresa não deve indenizar por oferecer descontos apenas a novos clientes

Não há vedação legal para que fornecedores de serviços ofereçam descontos apen...

Veja mais
Justiça do Trabalho é incompetente para execução das contribuições sociais destinadas a terceiros

A 9ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT/RJ), ao julgar um agravo de petiç&...

Veja mais
Corte Especial reafirma possibilidade de uso do agravo de instrumento contra decisão sobre competência

A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) acolheu embargos de divergência e reafirmou o entend...

Veja mais
Partidos questionam MP sobre remoção de conteúdo das redes sociais

Seis legendas buscam no STF a suspensão dos efeitos da norma assinada pelo chefe do Executivo federal.   O...

Veja mais
Consumo das famílias cresce 4,84% em julho, diz ABRAS

Cebola, batata e arroz foram os produtos com maiores quedas no período   O consumo das famílias bra...

Veja mais
Lei que prorroga tributos municipais na epidemia é constitucional, diz TJ-SP

Inexiste reserva de iniciativa de projetos de lei versando sobre matéria tributária, a teor do dispos...

Veja mais