Desafios e oportunidades da produção e consumo são tema de debate

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Evento reúne setor público, indústria, academia e sociedade civil no diálogo sobre desenvolvimento sustentável

 

O Seminário Produção e Consumo Sustentáveis, realizado nesta quinta-feira (28/08), em Brasília, abordou os desafios e as oportunidades do país em desenvolver ações que promovam a responsabilidade socioambiental focada no consumo consciente e na produção sustentável. Representantes do setor público, da indústria, da academia e da sociedade civil debateram os eixos prioritários que compõem o Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentável (PPCS), do Ministério do Meio Ambiente (MMA).


"Estamos tentando equacionar a combinação entre crescimento, distribuição de renda e inclusão social pelo mercado e no trabalho", afirmou o diretor do Departamento de Produção e Consumo Sustentável do MMA, Ariel Pares. Ele propôs reflexão sobre a necessidade de engajamento do setor produtivo na mudança do padrão de produção para se atingir um padrão de qualidade de vida e bem-estar desejável.


Para o Diretor de Responsabilidade Socioambiental da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), André Luis Saraiva, a mudança tem que acontecer de forma significativa e escalonada. Na sua avaliação, o consumo sustentável vai mudar o comportamento das pessoas de forma significativa. Além disso, as empresas melhor posicionadas no mercado serão as que, de forma clara e tácita, exponham sua relação com a sustentabilidade. Por outro lado, destaca que o governo é o melhor cliente do setor empresarial. "No setor eletroeletrônico, o governo é responsável por 42% da compras", afirmou.


Neste sentido, a coordenadora do programa Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P), Ana Carla de Almeida, destacou que a iniciativa A3P leva a informação da sustentabilidade aos diversos cantos do país e mostra como é possível implantar ações sustentáveis no cotidiano da instituição. O programa trabalha também a formação e capacitação dos gestores para que essa prática se torne uma realidade local.


Resíduos Sólidos


O primeiro painel da tarde abordou outros dois eixos do PPCS: aumento da reciclagem de resíduos sólidos e construção sustentável. O gerente de Projeto da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do MMA, Eduardo Rocha, citou a informação de que, atualmente, 299 municípios produzem 70% dos resíduos no país. Outro dado relevante: 62% dos municípios possuem algum tipo de iniciativa de coleta seletiva. Para ele, o movimento da coleta seletiva já existe, mas precisa ainda ser mais bem estruturado. Explicou que o MMA vem trabalhando com os acordos setoriais da logística reversa. "Eles vão representar um salto na gestão dos resíduos, a partir do momento que eles estabelecem a responsabilidade compartilhada", acrescentou.


Para a professora da Universidade de Brasília (UnB), Raquel Blumenschein, é importante ter uma visão sistêmica da gestão de resíduos. Ela discorreu sobre a construção civil, apontando que os rejeitos de canteiros de obras representam em torno de 50% dos resíduos urbanos. Na maioria das cidades, 60% desses resíduos vão parar em áreas clandestinas ou no meio ambiente. "Com a segregação correta dos resíduos, é possível encaminhar para a reciclagem 90% dos resíduos", disse.


O último painel abordou a Política de Responsabilidade Socioambiental do Sistema Financeiro e Seguros, dois setores que já possuem protocolos assinados com o MMA. Para o analista Rodrigo Pinto, do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do Banco Central, a política de responsabilidade socioambiental nas instituições financeiras visa disseminar cultura, estabelecer responsabilidades, mexer em governanças e promover mecanismos concretos de atuação e de avaliação.


O seminário foi uma realização do Instituto Cidade Sustentável (ICS), em parceria com o MMA, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação das Indústrias de Brasília (Fibra). O presidente do ICS, Paulo Sérgio da Silva, lembra que os próximos seminários acontecem em Salvador, São Paulo, Belo Horizonte e Manaus.


Rafaela ribeiro e Tinna oliveira

 

 

Fonte: Ministério do Meio Ambiente (28.08.2014)

 


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