Regiões periféricas entram no radar do comércio eletrônico de alimentos

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O potencial de venda de bebidas e comidas no e-commerce brasileiro tem pavimentado o caminho para que as plataformas online elevem o volume de itens comercializados, cheguem à novas regiões e conquistem consumidores de diferentes classes sociais.

 

Segundo uma pesquisa realizada pela empresa de inteligência de mercado Kantar TNS, 59% dos consumidores pesquisam pelo menos uma vez por semana produtos como bebidas alcoólicas e comidas na internet. Desse total, 14% efetuam de fato a compra dos itens, representando uma parcela superior à média global, de 13%.

 

De olho nesse potencial, uma das plataformas que quer abocanhar uma fatia deste mercado é o aplicativo Zé Delivery. “A demanda por esse tipo de produto é até maior nas regiões não centrais. Geralmente, são bairros onde o comércio local fecha mais cedo e há dificuldade de mobilidade. Acredito que essas sejam algumas das razões pelas quais a população valoriza e recorre a esse tipo de serviço”, argumentou o diretor de marketing do aplicativo, Cláudio Azevedo.

 

Para o executivo, o aumento dessa demanda por plataformas online é reflexo da busca por maior comodidade e economia de tempo nos grandes centros urbanos. “Pela escassez de tempo e trânsito pesado os consumidores veem benefício em usar esse tipo de tecnologia no cotidiano para poupar tempo.”

 

Em perspectiva à linha de raciocínio de Azevedo, o CEO da plataforma online Supermercado Now, Marco Zolet, ressalta o amadurecimento por parte do brasileiro frente às novas iniciativa. “Atualmente, cobrimos 80% da cidade de São Paulo. Ainda no primeiro trimestre de 2019, devemos expandir os serviços de entrega para Mogi das Cruzes e Suzano, ampliando nossa atuação.”

 

Ainda nessa linha, segundo ele, essas regiões mais periféricas têm apresentado cada vez mais demanda pela compra de bebidas e comidas online. “Temos parceiros em Guaianases e Itaquera. Nesses locais, não havia atendimento suficiente da parte do e-commerce das redes de supermercado tradicionais”, diz. Ele conta que o volume de pedidos na plataforma saltou 300% neste ano em relação ao ano passado.

 

Além disso, em relação ao perfil dos usuários do negócio, Zolet afirma que, embora a maioria deles tenha entre 35 e 40 anos, a presença de idosos tem apresentado incremento com o tempo. “Atualmente, esse grupo representa entre 12% e 15% do total de usuários”, argumentou Zolet. Ainda segundo o executivo, itens como vinhos e cervejas especiais também registram crescimento de participação dentro do volume comercializado. “Em datas comemorativas esse consumo tende a aumentar. Por isso também começamos a realizar parcerias com adegas”.

 

Nesse sentido, outro exemplo de iniciativa com esse viés é o novo e-commerce do GPA, denominado como Pão de Açúcar Adega. “Pensando em um consumidor multicanal que tem cada vez mais interesse em se relacionar com marcas em diversas interfaces e a qualquer momento buscando uma experiência aprimorada no consumo de vinhos”, diz o diretor-executivo dos formatos de proximidade, postos e drogarias, Frederic Garcia. A nova plataforma disponibiliza para a venda também itens como abridores, decanters e taças.

 

Mercado aberto

 

O interesse nesse nicho de negócio, que anima empresários de portes e focos distintos não é à toa: segundo a Kantar, 71% dos consumidores brasileiros afirmam que o ambiente online é determinante para a compra dessa categoria de produto, cifra muito superior à média global (55%).

 

Embora exista esse movimento de demanda por parte do consumidor, esse nicho muitas vezes carece de plataformas com esse viés. Segundo dados do relatório do Ebit de 2018, essa categoria de itens representa apenas 2,2% de todo o volume vendido pelo e-commerce brasileiro.

 

Fonte: DCI

 

 


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