Economia prevê alta acima de 2% mesmo com coronavírus

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A equipe econômica irá cortar a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano em função do impacto do coronavírus sobre a atividade, mas a previsão não ficará abaixo de 2%, ante expectativa de 2,4% hoje, afirmou o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida.

Em entrevista à Reuters, ele pontuou que a nova estimativa será divulgada na próxima quarta-feira, juntamente com uma nota técnica, após a percepção de que a disseminação do coronavírus provocou efeitos mais severos, com epidemia também mais longa. “Não adianta a gente ficar dourando a pílula”, disse ele. “Infelizmente, vai ter efeito negativo no PIB brasileiro”, completou.

“Dezesseis dias atrás, nós refizemos nossa modelagem e tinha dado 2,4% de crescimento para este ano, estávamos muito tranquilos quanto a isso. Agora, de 16 dias para cá, realmente piorou bastante”, afirmou.

Na época, o secretário havia dito à Reuters que, pelo lado da oferta, o time econômico estava atento a uma eventual falta de peças que vêm da China para empresas brasileiras. Pelo canal da demanda, a análise era sobre o comportamento dos preços de commodities, já com a avaliação de que uma queda muito grande e prolongada nos preços afetaria a economia brasileira.

Economistas ouvidos pelo Banco Central na mais recente pesquisa Focus voltaram a reduzir sua perspectiva para o PIB deste ano a 2,17%, sobre 2,20% na semana anterior. Algumas casas já preveem uma expansão abaixo da linha politicamente sensível de 2%, como é o caso do Goldman Sachs (+1,5%) e do Banco Fator (+1,4%).

Diante do cenário de incertezas com o coronavírus, Sachsida reforçou a necessidade de o País persistir na realização de reformas econômicas, classificadas por ele como “a melhor vacina”.

“Em um momento delicado da saúde mundial, tenho certeza que as lideranças políticas vão se unir para aprovar o que é melhor para o povo brasileiro”, frisou Sachsida, citando a necessidade de aprovação das Propostas de Emenda à Constituição (PECs) Emergencial, dos Fundos Públicos e do Pacto Federativo.

 

Fonte: Diário do Comércio  


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