Mercado de trabalho não acompanha recuperação da economia nos estados

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O espalhamento do crescimento econômico, segundo dados do IBC-Br, indicador do Banco Central, ainda não se reflete na queda da taxa de desemprego nos estados. Em nove das 13 unidades da federação acompanhadas pelo índice do BC, houve estagnação ou piora da taxa de desocupação no último trimestre do ano, na comparação com o mesmo período de 2018, segundo dados do IBGE.

O retrato do mercado de trabalho chama a atenção uma vez que engloba os meses de maiores fluxos de contratações, em razão das festas de fim de ano, e corrobora a lenta melhora dos indicadores de emprego no país. As vagas não estão sendo criadas na mesma proporção do avanço da população que está disponível para trabalhar.

E, quando geradas, são majoritariamente informais. Em 2019, oito dos 13 estados apresentaram taxa de informalidade recorde.

Segundo Adriana Beringuy, analista do IBGE, o rendimento do trabalho ficou estável em boa parte deles, em virtude da expansão da ocupação nas atividades de baixos salários, muitas vezes atrelados ao avanço do emprego sem carteira de trabalho.

- Em praticamente todo o país, quem tem sustentado o crescimento da ocupação é a informalidade - constata.

Apenas São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Pernambuco apresentaram queda do desemprego no último trimestre. O desempenho mais disseminado no mercado de trabalho paulista reitera movimento de reativação gradual da atividade econômica no estado.

São Paulo terminou o ano com taxa de 11,5%, no trimestre encerrado em dezembro, puxado pelo comércio e pela construção civil. Na comparação com o mesmo período de 2018, o índice é um ponto percentual menor.

No Rio, taxa recua a 13,7%

Já a lenta recuperação da economia fluminense, concentrada na indústria extrativa, ainda tem impacto restrito no mercado de trabalho. A taxa de desemprego recuou de 14,8% no quarto trimestre de 2018 para 13,7% em igual período do ano passado. Ainda assim, trata-se de patamar bastante acima da média nacional (11%). O estado ainda tem 1,5 milhão de pessoas sem qualquer tipo de trabalho.

Segundo o IBGE, Santa Catarina foi o estado com menor taxa de desemprego no ano passado, de 6,1%. Em 2019, o patamar registrado no estado foi 5,9 pontos percentuais menor do que a taxa brasileira. Já a taxa da informalidade foi de 27,3%, bem abaixo da registrada nacionalmente, de cerca de 41%.

De acordo com estudo feito pelo pesquisador Marcel Balassiano, da FGV/Ibre, o estado catarinense foi o primeiro a recuperar o mesmo patamar econômico registrado antes da crise, entre 2015 e 2016. 

 

Fonte: O Globo            


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