Dados do IBGE mostram que mercado de trabalho começa a se animar

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A queda do desemprego no trimestre encerrado em novembro foi maior do que se esperava. E os dados divulgados nesta sexta-feira (27) pelo IBGE, mostram que a geração de empregos se concentrou em três grandes grupamentos pesquisados: o comércio, a construção civil e alojamento e alimentação. Juntos, geraram 722 mil de um trimestre para o outro.


O aumento do emprego no comércio (mais 338 mil vagas) reflete a maior disposição das famílias em consumir, como se pode verificar nas vendas de Natal. Inflação baixa, queda na taxa de juros, liberação dos saldos do FGTS têm sido fatores importantes para reanimar o consumidor.


A queda do desemprego também ajuda: quem já está empregado começa a perder o medo de ficar sem renda, na medida em que percebe que as empresas já passaram pelo período de demissão e começam um novo ciclo de contratação.

A construção civil gerou 180 mil vagas e o setor de alimentação e alojamento 204 mil vagas.

 

O bom desempenho dos três setores se deve aos mesmos fatores: juro baixo, inflação, resgate da confiança. Com o rendimento das aplicações financeiras em níveis mínimos (o Tesouro Nacional tem vendido títulos com prazo de 12 meses com juro real de apenas 1% ao ano, o que o brasileiro nunca tinha visto).

 

Como essas variáveis não devem se modificar no ano que vem, pelo contrário, podem até avançar na mesma direção, há de se esperar que em 2020 o ritmo se intensifique, na construção, no comércio, no lazer.

 

Apenas dois setores deram contribuição negativa no trimestre. A agropecuária fechou 198 mil vagas. No caso, não se trata de uma crise, mas de uma sazonalidade. O trimestre de setembro a novembro não é tempo de colheita e o plantio se intensifica apenas em novembro. A indústria fechou 26 mil vagas. Mas é um setor que, tudo indica, está saindo de sua longa crise.

 

Outro ponto a se destacar nos dados do IBGE: aumento expressivo do emprego com carteira assinada. De um trimestre para o outro, foram 378 mil vagas a mais. Alta de 1,1%. Mas se acrescentarmos os trabalhadores sem carteira assinada, o número de pessoas empregadas a mais no trimestre chega a 785 mil.

 

Com os dados desta sexta pode-se dizer que o ano de 2020 será bem melhor para o emprego. Tudo indica que irá baixar da desconfortável casa dos dois dígitos que em que está desde 2016.

 

Fonte: G1

 


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