Puxada pelo preço da carne, inflação oficial acelera para 0,51% em novembro

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, acelerou para 0,51% em novembro, depois de ter ficado em 0,10% em outubro, segundo divulgou nesta sexta-feira (6) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

"Este foi o maior resultado para um mês de novembro desde 2015, quando o IPCA ficou em 1,01%", informou o IBGE. Em novembro de 2018, houve deflação de 0,21%. 

 

Trata-se também da maior inflação mensal desde abril (0,57%).

A alta no mês foi puxada pela aceleração dos preços do grupo "alimentação e bebidas" (0,72%), impactado principalmente pelo aumento do preço das carnes (8,09%), que exerceram o maior impacto na taxa de inflação do mês. O item representou, sozinho, 0,22 ponto percentual (quase metade) do IPCA de novembro. 

 

A disparada do preço das carnes decorre principalmente da maior demanda da China e da desvalorização do real frente ao dólar. “Isso incentiva a exportação, restringindo a oferta interna e elevando o preço dos produtos”, destacou o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov. 

 

Variação dos preços das carnes no acumulado no ano: 

 

·                   Capa de filé: 15,54%

 

·                   Peito: 15,29%

 

·                   Chã de dentro: 14,63%

 

·                   Costela: 14,18%

 

·                   Carne de porco: 13,73%

 

·                   Acém: 13,59%

 

·                   Filé-mignon: 12,80%

 

·                   Pá: 12,38%

 

·                   Lagarto comum: 12,36%

 

·                   Patinho: 11,94%

 

·                   Músculo: 11,51%

 

·                   Alcatra: 10,03%

 

·                   Fígado: 9,42%

 

·                   Lagarto redondo: 9,38%

 

·                   Contrafilé: 8,71%

 

·                   Carne de carneiro: 1,68%

 

Inflação em 12 meses sobe para 3,27% 

 

Com o resultado de novembro, o índice oficial de inflação acumula alta de 3,12% no ano. Em 12 meses, o IPCA avançou para 3,27%, acima dos 2,54% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores, mas permanecendo abaixo da meta definida pelo governo para o ano (4,5%).

 

Apesar da aceleração dos preços neste final de ano, a inflação segue comportada e em patamar baixo, favorecida pelo ritmo de recuperação ainda fraco da economia, desemprego elevado e demanda fraca.

 

Loterias e energia pesam mais no bolso

 

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em novembro. A maior alta foi em despesas pessoais, influenciado pela alta no item jogos de azar (24,35%), em razão dos reajustes nos preços das loterias federais.

 

Veja a inflação de novembro por grupos e o impacto de cada um no índice geral: 

 

·         Alimentação e Bebidas: 0,72% (0,18 ponto percentual)

 

·         Habitação: 0,71% (0,11 p.p.)

 

·         Artigos de Residência: -0,36% (-0,01 p.p.)

 

·         Vestuário: 0,35% (0,02 p.p.)

 

·         Transportes: 0,30% (0,05 p.p.)

 

·         Saúde e Cuidados Pessoais: 0,21% (0,03 p.p.)

 

·         Despesas Pessoais: 1,24% (0,13 p.p.)

 

·         Educação: 0,08% (0 p.p.)

 

·         Comunicação: -0,02% (0 p.p.) 

 

A alimentação no domicílio, que havia registrado deflação (-0,03%) em outubro, subiu 1,01% em novembro. Outro destaque de alta foi o custo da alimentação fora do domicílio, que subiu 0,21%, influenciada pelo item lanche (0,56%). Por outro lado, houve queda no preço da batata-inglesa (-14,27%), tomate (-12,71%) e cebola (-12,48%).

 

Nas despesas com habitação, a alta foi puxada pela alta da energia elétrica (2,15%), decorrente, em grande parte, da mudança de bandeira tarifária. Em outubro, estava em vigor a bandeira amarela, com acréscimo de R$ 1,50 para cada 100 quilowatts-hora. Em novembro, passou a vigorar a bandeira vermelha patamar 1, cujo valor foi reajustado de R$ 4 para R$ 4,169 a cada 100 quilowatts-hora.

 

No grupo "transportes", os preços dos combustíveis subiram 0,78%, mas houve desaceleração em relação ao mês anterior, quando a alta foi de 1,38%. A gasolina subiu 0,42% e o diesel teve alta de 0,38%. Já as passagens aéreas ficam 4,35% mais caras.

 

Perspectivas e meta de inflação

 

A meta central de inflação deste ano é de 4,25%, e o intervalo de tolerância varia de 2,75% a 5,75%. Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), que está atualmente em 5% ao ano – mínima histórica. 

O mercado segue prevendo também mais um corte nos juros, com a Selic encerrando 2019 em 4,5% ao ano. Para o fim de 2020, a projeção continua em 4,5% ao ano.


Inflação por regiões

Quanto aos índices regionais, 7 das 16 áreas pesquisadas tiveram alta acima do IPCA de novembro, sendo que a maior variação regional foi em São Luís (1,05%). A região metropolitana do Recife e Aracaju registraram o menor índice (0,14%).

 

Veja todos os índices regionais:

 

·         São Luís:1,05%

 

·         Belém: 0,93%

 

·         Rio Branco: 0,72%

 

·         São Paulo: 0,70%

 

·         Goiânia: 0,70%

 

·         Campo Grande: 0,65%

 

·         Curitiba: 0,61%

 

·         Porto Alegre: 0,47%

 

·         Belo Horizonte: 0,46%

 

·         Vitória: 0,39%

 

·         Brasília: 0,38%

 

·         Salvador: 0,23%

 

·         Fortaleza: 0,22%

 

·         Rio de Janeiro: 0,17%

 

·         Recife: 0,14%

 

·         Aracaju: 0,14%

 

 

INPC de novembro foi de 0,54%

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que é usado como referência para reajustes salariais, acelerou para 0,54% em novembro, ante 0,04% em outubro. Trata-se também do maior para um mês de novembro desde 2015. A variação acumulada no ano ficou em 3,22% e, no acumulado em 12 meses, o índice acelerou para 3,37%, acima dos 2,55% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.

 

Fonte: G1


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