Bancos terão R$ 8,2 bilhões para estimular o crédito na economia

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O Banco Central (BC) decidiu dar um empurrãozinho na economia, visto que o Produto Interno Bruto (PIB) tem apresentado constantes sinais de enfraquecimento. A instituição decidiu injetar R$ 8,2 bilhões no sistema financeiro, possibilitando a maior oferta de crédito para estimular o consumo e, consequentemente, estimular o setor produtivo.

 

A autoridade monetária vê esse instrumento como mais eficaz, neste momento, do que uma redução da taxa básica de juros (Selic), que está em 6,5% ao ano. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação no acumulado de 12 meses está em 4,94%. Ou seja, acima do centro da meta de 4,25%, limitando os cortes nos juros.

 

Dados coletados pelo BC indicam que o PIB no primeiro trimestre caiu 0,68%, acendendo a luz amarela no Palácio do Planalto. O governo sabe que a economia fraca é seu maior inimigo. Como não tem medidas prontas para incentivar a produção e o consumo, restou à autoridade monetária recorrer às suas ferramentas para dar um gás no PIB. Especialistas veem, porém, os efeitos da ação como limitados, uma vez que a confiança dos consumidores e dos empresários está em baixa. Outra constatação é de que o crédito continua muito caro. E nada indica que os bancos vão reduzir os juros cobrados de empresas e consumidores. O temor dos especialistas é que, em vez de direcionarem os R$ 8,2 bilhões para o crédito, as instituições financeiras destinem os recursos para a compra de títulos públicos, engordando os seus lucros.

 

Instrumento

 

A injeção de recursos foi possível após a mudança de regras no depósito compulsórios, que são recolhimentos feitos pelos bancos ao BC, como um instrumento para influenciar a quantidade de moeda no sistema financeiro. O depósito influencia o volume de crédito disponível no mercado e também pode, em tese, interferir nos juros cobrados pelas instituições. Na prática, há mais dinheiro para os bancos ofertarem aos consumidores e empresas. A mudança entrará em vigor no dia 1º de julho, com efeitos financeiros a partir de 15 de julho.

 

De acordo com a autoridade financeira, a liberação dos recursos é um trabalho contínuo de revisão das normas de recolhimento compulsório. “Com o objetivo de simplificar e racionalizar suas regras e reduzir os custos de observância das instituições sujeitas ao compulsório, o Banco Central decidiu excluir da base de cálculo do compulsório sobre depósitos a prazo os depósitos interfinanceiros feitos por Sociedades de Arrendamento Mercantil (SAM) em instituições financeiras de um mesmo conglomerado”, informou. O valor de R$ 8,2 bilhões corresponde a 3,3% do total atualmente recolhido nessa modalidade de compulsório.

 

Inflação mais alta em 2019

 

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) elevou a projeção de inflação para 2019. Antes, em março, a estimativa era de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficaria em 3,85% ao término do ano. Com o recente aumento do custo dos alimentos, o órgão prevê que a taxa ficará em 4,08% no fim de 2019. Os valores nos supermercados estão mais salgados, mesmo com o desempenho fraco do consumo das famílias. Os alimentos acumulam alta de 9,1% nos últimos 12 meses encerrados em abril. No mesmo período, a inflação para as famílias de renda mais baixa foi de 5,3%, enquanto que as classes sociais mais alta tiveram o custo de vida elevado em 4,7%.

 

Fonte: Correio Braziliense

 


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