Número de pequenos empresários vai saltar e pode amortecer queda do PIB

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Diante da economia fraca, o comércio e os serviços manterão neste ano o protagonismo para evitar desempenho pior da atividade econômica. Com estimativa de consumo na casa dos R$ 4,7 trilhões, 2,7% a mais que em 2018, o incremento será puxado pelo avanço de 12,9% no número de empresas instaladas no País.

 

Os dados fazem parte de da projeção do IPC Maps e mostram que ao final do ano cerca de 23,4 milhões de empresas estarão instaladas no País, deste montante, quase metade (49,2%) são oriundas dos serviços, ao passo que o comércio, com 31,9% do total, deverá contar com 7,4 milhões de empresas em atividade.

 

Completam a lista ainda as indústrias (16,1% ou 3,7 milhões); e o agronegócio (2,8%, ou 657 mil CNPJs).

 

“Em um período delicado para a economia, a abertura de empresas, ainda que micro ou pequenas, torna-se um caminho para desviar do desemprego”, resume o professor de negócios e empreendedorismo e chefe da consultoria 2GoMax, Arnaldo Colizzione.

 

De acordo com ele, dentro do plano de empreender, os serviços surgem como alternativa mais viável. “O investimento inicial é muito mais baixo que outras áreas, não há necessidade de tanto capital de giro, estoque ou infraestrutura”, detalha.

 

Esse incremento, na visão do acadêmico, tende a ser maior depois de anunciadas as medidas de desburocratização para abertura de empresas pelo governo federal. “Isso, no entanto, é uma faca de dois gumes, já que facilidade para empreender não significa que o negócio terá uma vida longa. Precisamos capacitar mais o brasileiro para que ele tenha uma jornada próspera”, diz ele.

 

Dentro do cenário do empreendedorismo, a Região Sudeste, em especial São Paulo, é protagonista. Segundo o indicador do IPC Maps 48,89% do consumo estimado para este ano virá dos estados do Sudeste ao passo que 50,86% das empresas também estão.

 

Como age o cliente

 

Para tentar sobreviver em um mundo com maior concorrência, os empresários nascentes precisam, antes de mais nada, entender o comportamento do consumidor. Segundo o IPC, divulgado esta semana, algumas mudanças já estão em curso, entre elas a migração de parte do consumo das grandes capitais ao interior.

 

Neste ano o gasto nas capitais perderá espaço no consumo (de 29,6% em 2018 para 28,9% em 2019). Na contrapartida, o interior dos estados voltará a dar sinais de recuperação, com a participação saindo de 54% para 54,4% na mesma base de comparação.

 

Outro apontamento diz respeito às regiões. A região Sul deve abrigar 4,18 milhões de empresas, superando o Nordeste (4,17 milhões).

 

Na análise nacional, a expectativa é que o fluxo financeiro que envolve os serviços e o comércio deve equivaler a 64,8% de toda atividade do País, em um movimento que outrora sustentou o incremento do PIB em um ciclo que começou em 2006 e seguiu até 2013. “Se apoiar no consumo não é ruim, mas não pode ser só isso. É preciso estimular o consumo com liberação de crédito”, alerta Colizzione.

 

Fonte: DCI

 


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