AGAS: Supermercados projetam queda de 7,1% nas vendas de ovos de chocolate nesta Páscoa

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Dispostos a presentear familiares e amigos, mas cada vez mais atentos aos preços dos produtos, os consumidores gaúchos deverão apostar em caixas de bombons e em chocolates menores, como barras e tabletes, para encorpar a sua cesta de Páscoa em 2016. Este é um dos apontamentos do estudo Páscoa 2016 nos supermercados gaúchos, promovido pela Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) e apresentado nesta terça-feira (16) pelo presidente da entidade, Antônio Cesa Longo.

 

Durante os meses de janeiro e fevereiro, foram ouvidos 20 supermercadistas de todo o Estado e de empresas de diferentes portes, para detectar tendências, prognósticos e os números da Páscoa deste ano, que já começa a ser trabalhada nas 4 mil lojas de supermercado em todo o Estado. Conforme estimativas da Associação, 9 em cada 10 consumidores vão comprar seus chocolates para a Páscoa em lojas do setor.

 

Chocolates menores em evidência

O levantamento mostra que, pela primeira vez em 12 anos, os supermercadistas gaúchos preveem uma queda na venda nominal de ovos de chocolate para a data, na casa dos 7,1%. Por outro lado, os empresários do segmento projetam um crescimento de 8,3% na comercialização de caixas de bombons, e de 12,1% na de chocolates em barra e em tabletes. "A Páscoa é a segunda melhor data em vendas para o setor, atrás apenas das festas de fim de ano. O endividamento das famílias, o aumento de contas regulares como energia e combustíveis, o crescimento do desemprego e a alta dos preços dos chocolates contribui para um cenário de presentes menores, mas de confraternização em família e valorização da data", destaca Longo.

 

Segundo o supermercadista, entre os ovos de chocolate, a procura dos consumidores será maior por itens menores e mais baratos. Pensando nisso, a indústria reduziu os tamanhos de algumas marcas de ovos nesta Páscoa. "Ainda assim, os fabricantes investiram na variedade do mix, e haverá ovos para todos os bolsos e todos os gostos", salienta o supermercadista.

 

Os ovos "premium", mais caros e adquiridos majoritariamente para presentear, deverão representar cerca de 12% das vendas. Longo sublinha, ainda, que o calendário de 2016, com a ocorrência da Páscoa mais cedo que em outros anos, impulsiona as vendas para a última semana que antecede a data, dia 27 de março. "O calor dificulta o armazenamento em casa dos chocolates que serão dados de presente, ensejando que os consumidores deixem para comprar nos últimos dias. No entanto, é importante que os gaúchos se programem e antecipem suas compras para que consigam garantir o ovo de Páscoa desejado e pesquisar preços. Na última hora, certamente não encontrarão as marcas mais cobiçadas", sugere o presidente.

 

Ao todo, os supermercados do RS vão comercializar 8,5 milhões de ovos de chocolate, que deverão alavancar um faturamento de R$ 120,6 milhões para o setor. Entre os bombons, a estimativa da Agas é de que pelo menos 6,4 milhões de caixas sejam comercializadas para a data, agregando ao faturamento do setor mais R$ 33 milhões. "Este é o tradicional presente de última hora", lembra Longo.


Outros produtos típicos

Além da tradicional procura por chocolates, outros itens ganham evidência nos carrinhos de compras dos consumidores às vésperas da Páscoa. Um dos destaques será a venda de pescados, com previsão de crescimento de 11,5%. "Serão comercializadas cerca de 520 toneladas de diversos tipos de pescados para as comemorações da Sexta-Feira Santa. Devido às dificuldades de fornecimento de peixe fresco, 95% dos pescados vendidos serão congelados", destaca o presidente. Segundo ele, a procura por peixes chega a triplicar, em relação aos demais meses do ano, durante a Semana Santa.

 

Entre os vinhos, o crescimento nas vendas deverá ser de 5%, com destaque para a indústria nacional. Já as colombas pascais deverão apresentar um incremento de 3,6% nas vendas, conforme aponta o estudo. A data contemplará, ainda, a comercialização de azeites e azeitonas, além de carne, cervejas, refrigerantes e sobremesas para o tradicional churrasco do domingo de Páscoa.

 

Preços

Puxados pela alta do dólar, que impacta diretamente no açúcar e no cacau, matérias-primas do chocolate, os ovos de Páscoa estarão em média 16,2% mais caros que em 2015. Nos bombons (+15,6%) e chocolates em barra (+13,9%), o impacto da inflação será menor. Confira o quadro:

Produto Preços em relação à Páscoa 2015 Expectativa de vendas em relação à Páscoa 2015
Caixa de bombons +15,6% +8,3%
Chocolates em geral (barras, tabletes, etc.) +13,9% +12,1%
Colomba Pascal +1,1% +3,6%
Ovo de Páscoa +16,2% -7,1%
Peixes em geral +8,0% +11,5%


Crianças buscam opções com brinquedos

A exemplo do ano passado, a tendência é que os consumidores procurem ovos menores para as crianças, mas com brinquedos maiores. "Este comportamento está diretamente ligado ao poder crescente de decisão que as crianças exercem na escolha dos seus presentes de Páscoa. Elas em geral buscam o brinquedo ou o personagem da moda, e não o chocolate", aponta Longo.

A origem dos produtos - Entre os produtos típicos de Páscoa comercializados pelos supermercados do RS, 13,1% serão dos itens produzidos pela indústria gaúcha, 84,3% pela indústria brasileira e 2,6% de importados.

 

As formas de pagamento - Pela primeira vez desde a criação da pesquisa, a Agas questionou os supermercadistas sobre como os consumidores vão pagar suas compras de Páscoa nas lojas do setor. O estudo mostra que os meios eletrônicos de pagamento já representam mais da metade das vendas da data:

 

Meio de pagamento %
Dinheiro 48,1%
Débito 16,9%
Crédito 22,5%
Tíquete 4,2%
Cheque 3,0%


A representatividade da Páscoa

De acordo com os supermercadistas ouvidos pela Agas, o peso das vendas de produtos típicos de Páscoa no faturamento dos supermercados gaúchos será de 12% no total do mês de março. Os gaúchos deverão absorver 12% dos ovos de chocolate produzidos em todo o Brasil.

 

Empregos temporários

A Páscoa irá gerar cerca de 1,1 mil empregos temporários no RS. 90% destas vagas serão criadas pela indústria, em cargos como operador de logística, montador, promotor de vendas e estoquista. Nenhum supermercadista entrevistado apontou possibilidade de contratação de temporários para a data.

 

 

 

Assessoria de Comunicação da AGAS

 


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