Supermercados esperam crescer 3% este ano após vendas fracas em 2017

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Os supermercados brasileiros projetam crescer 3% este ano, após registrar vendas fracas em 2017. No período, o setor avançou 1,25%, em termos reais (deflacionado pelo IPCA), resultado que ficou abaixo do previsto e do avanço de 2016. Para este ano, a perspectiva é que uma retomada da renda e o fim da deflação de commodities impulsionem a expansão em valor e volume.

 

As informações foram divulgados ontem pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que também apresentou o resultado das vendas no mês de dezembro.

 

Para o presidente da entidade, João Sanzovo Neto, o avanço previsto para este ano vai ser impulsionado nas duas pontas: a recuperação dos preços dos alimentos considerados commodities (que tiveram forte deflação no ano passado) deve ajudar no resultado em valor, enquanto o volume será impactado principalmente por um aumento da renda, gerado pela redução do desemprego.

 

“A confiança do consumidor está melhor e devemos ter um crescimento da renda. Estamos esperando um ano muito bom”, afirma Sanzovo. O dirigente destaca ainda que as incertezas da eleição geral não devem atrapalhar o setor, uma vez que há um descolamento da política e da economia. “Vamos navegar de forma autônoma”, diz.

 

Em 2017, as vendas do setor foram fortemente impactadas pela deflação dos preços dos alimentos, que não foi compensada com um crescimento equivalente no volume de produtos vendidos. Com a pressão, o crescimento ficou em 1,25%, abaixo da previsão da entidade – que esperava avanço de 1,5% –, e inferior também ao resultado de 2016, quando o setor cresceu 1,58%. Para o presidente da Abras, o desempenho ficou aquém do esperado porque a deflação foi “mais intensa que o previsto.”

 

O índice Abrasmercado, que mede a variação nos preços dos 35 produtos mais consumidos nas redes de supermercados, registrou uma retração de 7,05%, passando de R$ 483,10 ao final de 2016 para R$ 449,02 em dezembro de 2017.

 

O levantamento mostra que alguns produtos, como feijão, arroz e açúcar, apresentaram quedas expressivas nos preços ao longo de 2017. A retração nos valores desses itens foi de 39%, 20% e 17%, respectivamente. “Os preços de vários itens da cesta caíram para o mesmo nível do final de 2015”, diz o diretor da GfK, Marco Aurélio Lima. A empresa de pesquisa de mercado é responsável pela elaboração do estudo.

 

Em linha com a projeção da Abras, Lima afirma que a cesta deve apresentar em 2018 um crescimento um pouco superior a projeção para o IPCA do ano, que está na casa dos 4%, o que tende a contribuir para o resultado do setor em valores.

 

“Em 2017, as safras foram maiores do que o esperado, e isso levou a uma queda dos preços de alguns produtos que tem um grande peso nas vendas dos supermercados. Para este ano, esperámos safras estáveis e por isso imaginámos um crescimento da cesta Abrasmercado um pouco acima da inflação”, explica Lima.

 

Resultado de dezembro

 

Na ocasião, a associação apresentou também dados sobre o desempenho em dezembro. No último mês do ano passado as vendas do setor cresceram 20,42%, na comparação com novembro e já deflacionadas pelo IPCA. Na comparação com o mesmo mês de 2016, o avanço foi menor, de 2,55%.

 

Em termos nominais, o crescimento foi de 20,95%, frente novembro, e de 5,58% ano contra ano. Já no acumulado de 2017, o incremento nas vendas do setor, em termos nominais, ficou na ordem de 4,75%.

 

A projeção mais otimista da entidade para o resultado de 2018 é compartilhada por boa parte dos empresários do setor. É o que mostra outro estudo divulgado ontem pela associação e pela GfK, relativo ao índice de confiança dos supermercadistas. De acordo com a pesquisa, 60% das redes de supermercados esperam que a situação do negócio em seis meses esteja melhor do que a atual. Em outubro do ano passado, só 45% das empresas projetavam cenário melhor.

 

O índice, que varia de 0 a 100 pontos, também mostrou avanço na medição relativa a dezembro, passando de 51,8 pontos em outubro para 54,1 pontos em dezembro de 2017. Acima de 50 pontos é uma visão otimista. Em dezembro de 2016, o indicador estava em 50,5 pontos – ou cerca de 7% abaixo do último resultado.

 

 

Fonte: DCI São Paulo


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