UE e Mercosul liberam reuniões ‘por fora’

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Objetivo da medida é tentar agilizar as negociações permitindo que países negociem bilateralmente pontos específicos para acordos

 
BRASÍLIA e GENEBRA - Mercosul e União Europeia concordaram que, para avançar mais rapidamente nas negociações, os países poderão fazer reuniões informais para discutir pontos específicos do acordo. “É uma forma de dar mais liberdade aos grupos, que poderão se reunir por fora”, disse ao ‘Estado’ o embaixador Ronaldo Costa, diretor do Departamento de Negociações Internacionais do Ministério das Relações Exteriores. Ele coordenou um grupo de negociadores que passou esta semana em Bruxelas para retomar o diálogo em torno do acordo, interrompido há quatro anos.
 
Pelo formato acordado, em vez de esperar uma reunião grande, com todos os países-membros dos dois blocos, cada país poderá discutir com os interlocutores que julgar mais importantes, os pontos que exigirem um aprofundamento. O Brasil vai, por exemplo, pedir discussões sobre o comércio de carne, informou o embaixador.
 
Mas a definição dos temas e dos interlocutores ainda será decidida, após consultas do governo ao setor privado brasileiro. E, certamente, o País será chamado pelos europeus a discutir pontos específicos de interesse deles.
 
As ofertas trocadas pelos dois blocos em maio passado, disse Costa, não agradaram a nenhum dos dois lados. Mas isso não impediu um diálogo de bom nível na semana que passou. “O clima foi muito positivo”, comentou, com base numa experiência de muitos anos negociando o tema. “Foi uma das reuniões mais pacíficas e construtivas de que participei.”
 
Cenário. A próxima rodada está marcada para março, em Buenos Aires. Até lá, a expectativa é que as reuniões informais garantam um bom avanço nas negociações. Costa estima que, se tudo caminhar bem, será possível fechar o acordo em 2018. Ele observou que, em 2017, haverá eleições na França e na Alemanha, o que normalmente faz o diálogo desacelerar. Além disso, há muito trabalho técnico a ser feito, de forma que a conclusão não será rápida.
 
Se o prazo se concretizar, essa terá sido uma das negociações mais longas da história. Serão praticamente duas décadas de reuniões, já que a iniciativa foi lançada em 1999.
 
Segundo fontes diplomáticas, um dos principais obstáculos promete ser a lista de ofertas da UE que não inclui produtos de interesse fundamental para o Mercosul, como o açúcar. Além disso, diplomatas do Mercosul têm sentido uma forte resistência dentro da UE para fazer qualquer tipo de concessão no setor de bens primários e alimentos. Por outro lado, o diálogo está mais fácil no Mercosul. “Há maior coincidência de visão entre os sócios”, disse.
 
Fonte: Jornal O Estado de São Paulo


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