Falta de acordos bilaterais limita avanço nas exportações de frutas

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Países asiáticos são os principais potenciais de crescimento nos embarques, tendo a China como importante consumidora de melão e melancia; setor deve fechar 2016 com aumento de até 3%

 
São Paulo - Dono da terceira maior produção global de frutas, o Brasil tem as vendas externas desse setor concentradas na Europa por ausência de aberturas em players relevantes. Emirados Árabes, China e Estados Unidos compõem a lista de acordos que ainda está por vir.
 
Na Ásia existe um consumo muito grande de melão e melancia, dois fortes integrantes da pauta de exportação brasileira - melão é líder em volume. O gerente do projeto de fomento da cadeia, realizado pela Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), junto à Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Jorge de Souza, conta que enquanto o brasileiro consome 57 quilos per capita de frutas e hortaliças em geral, o chinês demanda 47 quilos per capita só destas duas frutas.
 
"Eles são os maiores produtores do mundo, mas se conseguíssemos participar apenas da janela em que não produzem, no inverno, já representaria dobrar ou triplicar nossas áreas da cultura no Brasil", acrescenta.
 
A recente missão do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, a países asiáticos, colaborou para que o governo pudesse dimensionar a oportunidade e caminhar com as negociações. No caso da China, por exemplo, o comércio poderia acontecer por meio de troca: o melão pela pera deles.
 
Não menos importantes, os europeus detêm 80% das vendas brasileiras no setor. Lá, a busca é por melhoria de competitividade dos produtos nacionais, frente a concorrência latina, uma vez que há um nível inferior de exigências para a entrada da produção.
 
"Estamos na expectativa do acordo entre Mercosul e União Europeia, para podermos acessar o mercado com tarifas menores", afirma o assessor técnico da Comissão Nacional de Frutas e Hortaliças da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Eduardo Brandão. Na mesma linha, os Emirados Árabes também possuem poucas exigências para a abertura, o problema está na logística. Em contrapartida, o nível de exigências fitossanitárias é justamente o entrave para ampliação do acesso aos norte-americanos. A mosca branca no País dificulta o processo.
 
Quebra de safra
 
No ano passado, os embarques de frutas frescas renderam US$ 735 milhões, crescimento de 3,8% se comparado a 2014, que somou US$ 708 milhões. Hoje, os dados do Ministério da Agricultura até setembro acumulam US$ 419,19 milhões, um déficit de 2% em relação ao mesmo período de 2015. Em volume, a baixa é ligeiramente menor, de 1,19%.
 
"Essa variação aconteceu por muito problema de quebra de safra. Mas isso não está nos preocupando porque, historicamente, as exportações são mais fortes no último trimestre", explica o especialista da CNA. Contanto com um boom nos embarques, ele estima que será possível encerrar o ano com ganho de 3% sobre 2015.
 
A maçã foi uma das culturas mais afetadas e causa de aumento nas importações nacionais, que deve pesar no saldo da balança da fruticultura. O presidente da Associação Brasileira de Produtores de Maçãs (ABPM), Pierre Nicolas Peres, lembra que no ciclo de 2015/ 2016 houve perda média de 30% com chuvas e geada. Cresceu a entrada da fruta chilena, argentina e até europeia.
 
Para 2016/2017, espera-se uma retomada no volume produtivo de 2014/2015, por volta de 1,5 milhão de toneladas. Na verdade, o clima é quem ditará as regras para todas as frutas.
 
"A tendência é para um verão mais chuvoso, que pode fazer com que haja dano na produção. Como as floradas ocorrem em um ano e a colheita no seguinte, perdas de produtividade são remanescentes e não por conta da La Niña", avalia o agrometeorologista da Rural Clima, Marco Antônio dos Santos, sobre os efeitos do antigo El Niño.
 
Fonte: DCI


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