Na crise, marcas inovam em embalagem de produto

Leia em 2min 30s

Inovações de empresasem embalagens tevealta de 13,5% no anopassado, segundopesquisa da Kantar

 
A crise não tirou o fôlego dos lançamentos das indústrias de alimentos, bebidas e itens de higiene e limpeza. Ao contrário. A fatia de novos produtos no total do faturamento de uma cesta com 96 itens desses segmentos praticamente dobrou de 2014 para 2015. Os lançamentos ficaram concentrados no formato das embalagens, maiores ou menores, para atender o consumidor que precisa economizar.
 
Em 2014, os novos produtos responderam por 2,7% do faturamento da cesta monitorada pela Kantar Worldpanel. No ano passado, essa participação foi de 5,3%. Semanalmente, a empresa visita cerca de 11 mil domicílios para monitorar o comportamento de compras.
 
Um dado que chama atenção é que as inovações de produtos ficaram concentradas no formato das embalagens. Nesse quesito houve crescimento de 13,1% no total de lançamentos no último ano, enquanto o lançamento de novas marcas deu marcha à ré, caindo 9,6% na mesma base de comparação.
 
“Para atender à necessidade do consumidor que está com bolso mais apertado, as indústrias lançaram produtos em formatos reduzidos ou em embalagens maiores, dependendo do momento de compra, isto é, num supermercado de vizinhança ou num atacarejo”, diz a diretora comercial da empresa de pesquisa, Christine Pereira.
 
Essa maior procura por embalagens que fogem do tamanho tradicional é confirmada pelos supermercados. Levantamento da Associação Paulista de Supermercados (Apas) mostra, por exemplo, que as vendas de maionese em embalagens de 500 gramas caíram 1% de 2014 para 2015, enquanto as de embalagens menores cresceram 2,4% e as econômicas, de 1 quilo, aumentaram 1%.
 
Esse movimento também foi observado no refrigerante, diz o gerente de economia e pesquisa da Apas, Rodrigo Mariano. A venda do refrigerante de 2 litros caiu 2% de 2014 para 2015. Já a embalagem com até 260 mililitros aumentou 3% e a econômica, de 3 litros, cresceu 1%.
 
Com a renda corroída pela inflação e o aumento do desemprego, o brasileiro teve de se adaptar aos tempos bicudos para compras de itens básicos. “O consumidor está optando pelas embalagens que exigem menor desembolso ou pelas econômicas, que permitem levar mais por menos”, diz Mariano.
 
Ele acrescenta que essa tendência de lançamento de produtos em novos formatos é mais evidente em segmentos de alto giro, como mercearia salgada e itens de higiene e limpeza.
 
De acordo com a pesquisa da Kantar, os lançamentos no último ano foram concentrados no segmento de alimentos (38%) e de higiene e beleza (36%).
 
Manutenção. Ao contrário de outras crises, em que o consumidor simplesmente deixava de comprar produtos, desta vez ele tenta preservar conquistas. Patrícia Beber, diretora geral da Kantar no Brasil, diz que, nos últimos anos, o consumidor reduziu os gastos nos supermercados, cortou os volumes, mas está levando mais unidades para casa. “Ele está abrindo mão dos volumes, mas tentando manter as categorias incluídas recentemente na cesta de compras, mesmo que em embalagens menores.”
 
Fonte: Jornal O Estado de São Paulo


Veja também

Hortaliças têm queda e frutas sobem

A queda na maioria dos preços das hortaliças é destaque no 9º Boletim Prohort de Comercializa&...

Veja mais
Iniciado o vazio sanitário do feijão e algodão

Começou nessa terça-feira (20) o período do vazio sanitário do feijão e do algod&atil...

Veja mais
Brinquedos Estrela importará do Paraguai

Controlador da empresa vai abrir fábrica no país, onde custos são menores  -SÃO PAULO-...

Veja mais
Um terço dos aposentados acima de 60 anos ainda trabalha, revela pesquisa do SPC Brasil

Três em cada dez idosos chegaram a essa fase da vida sem terem se preparado para a aposentadoria; pesquisa mostra ...

Veja mais
Preço dos alimentos perde força

Os preços dos alimentos na capital paulista dão sinais de que a resistência de alta dos últim...

Veja mais
Loja com estoque inadequado voltou a ser maioria neste mês

São Paulo - Os comerciantes varejistas da Grande São Paulo que consideram que o volume de seus estoques es...

Veja mais
Cesta Básica de Aracaju foi de R$ 370,70, em agosto

O menor valor registrado no mês foi de Natal (R$365,46)  Análise realizada pelo Boletim Sergipe Econ&...

Veja mais
Endividamento cresce na Capital

Indicador apresentou alta de 4,11% em agosto e ficou no maior patamar desde 2013 Reflexo do cenário recessivo da...

Veja mais
Reforma trabalhista de Temer ficará para o ano que vem

Envio de proposta foi adiado. Mas governo apoiará terceirização de mão de obra  Rio - ...

Veja mais