Abinee aponta cenário negativo em Minas Gerais

Leia em 3min

A indústria de eletroeletrônicos de Minas Gerais fechou o primeiro semestre deste ano com queda de praticamente 18% na receita em comparação com a do mesmo período de 2014. Além disso, as empresas do setor continuam demitindo, muitas fecharam as portas e outras estão em estado de "hibernação", com atividades paralisadas, aguardando uma melhora, o que não deve acontecer pelo menos em 2015.

"Não foi um semestre bom e não existem perspectivas de melhoras para o segundo semestre. Muitas empresas entraram em hibernação ou até mesmo fecharam as portas. Não há mercado consumidor para o setor como havia nos níveis de 2012 e 2013, quando as empresas investiram para atender àquela demanda. Como hoje não há mais mercado, o custo destes investimentos começaram a onerar o capital de giro das empresas", explicou o diretor da regional da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) no Estado, Alexandre Magno D"Assunção Freitas.

Segundo ele, essa situação agravou o quadro de demissões que já vinha ocorrendo no setor desde o início deste ano, mesmo com as empresas lutando para manter os níveis de emprego em uma tentativa de segurar mão de obra qualificada, que não é abundante no mercado atual. "O desemprego continua e está piorando", destacou Freitas sem detalhar números.

A indústria elétrica e eletrônica é composta por vários segmentos, como geração, transmissão e distribuição de energia, telecomunicações, automação industrial, eletroeletrônicos e informática. Porém, a situação é geral e, conforme o diretor regional da Abinee, a única área que está conseguindo obter um desempenho um pouco melhor é a de smartphones, tablets e informática, mesmo assim, com receita também abaixo dos níveis do ano passado.

Desoneração - De acordo com Freitas, algumas medidas adotadas recentemente pelo governo federal penalizam ainda mais o setor. Uma delas foi a redução do benefício sobre a desoneração da folha de pagamento, que deve impactar em pelo menos a metade dos produtos fabricados pelo segmento. Os itens que estão taxados com 1% de contribuição previdenciária devem passar para 2,5% e os que estão com 2%, para 4,5%.

Diante deste cenário, a Abinee pleiteia junto ao governo federal, com apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que o Executivo volte atrás no aumento da tributação para setores que deram retorno positivo aos cofres públicos. "Queremos que o governo inclua a indústria eletroeletrônica nos segmentos que ainda terão algum benefício", disse o diretor regional da entidade.

Para justificar o pleito, a Abinee desenvolveu um estudo mostrando que, para o segmento, a renúncia fiscal com a desoneração da folha de pagamentos foi de R$ 485 milhões em 2014, enquanto a arrecadação adicional com a elevação da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) no mesmo período foi de R$ 619 milhões, o que significa um saldo positivo de mais de R$ 100 milhões.

O fator câmbio também pode ser decisivo para o setor neste ano. A valorização da moeda norte-americana pode favorecer as indústrias eletroeletrônicas que exportam, mas, na outra ponta, encarecer os custos para as que importam componentes e montam produtos manufaturados dentro do país.

Diante do quadro grave que se instalou no segmento, Freitas tem uma receita: "Não adianta lamentar.  hora de trabalhar, buscar inovação e tecnologia e agregar valor aos produtos para a indústria se tornar mais competitiva".

Nas contas da Abinee, todos os segmentos que compõem a indústria elétrica e eletrônica do Estado geram de 12 mil a 15 mil postos de trabalho diretos. Ao todo, calcula-se que são aproximadamente 200 empresas do setor. Minas representa entre 7% e 8% de todo o parque nacional.




Veículo: Diário do Comércio - MG


Veja também

Alimentação paraense tem a maior alta do país

A alimentação dos paraenses apresentou em junho deste ano o 6° aumento de preço consecutivo, re...

Veja mais
Água Fresca apresenta novo projeto

O grupo mineiro Água Fresca Lingerie investiu R$ 1,5 milhão em um novo projeto. A empresa inaugurou, no fi...

Veja mais
Florianópolis tem a segunda cesta básica mais cara do país segundo Dieese

                    ...

Veja mais
Custo da cesta básica cai em 15 das 18 capitais pesquisadas

São Paulo - O preço da cesta básica caiu em 15 das 18 cidades pesquisadas em junho pelo Departament...

Veja mais
Primeiro semestre registra queda recorde nas vendas a prazo, mostra SPC Brasil

Indicador mostra recuo de 2,64% no acumulado dos seis primeiros meses do ano. Em junho, o indicador anual teve qu...

Veja mais
Lojistas de artigos esportivos focam em marca própria e no atendimento

                    ...

Veja mais
Setor de cartões olha com mais atenção para microempresário

                                  A...

Veja mais
Marcas tradicionais tentam colar imagem aos food trucks

                    ...

Veja mais
Preço de produtos alimentícios varia até 171% em Fortaleza

                    ...

Veja mais