Apesar de o Estado ter registrado uma das quedas menos significativas na captação de leite em abril (0,5%), a menor oferta continua puxando as cotações para cima. Em maio, o preço pago ao produtor cresceu 4,4% frente ao mês anterior, com o litro do leite negociado, na média líquida, a R$ 0,94. Esse foi o quarto aumento consecutivo registrado em Minas. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

O aumento do preço do leite pago ao produtor no Estado em maio acompanhou a média nacional, que também foi de 4,4% frente a abril, chegando a praticamente R$ 0,94. Além da queda de oferta gerada pelo período de entressafra, a valorização dos preços no País sofreu forte influência da elevação das cotações do produto na região Sul do Brasil, conforme o Cepea.

De março para abril, houve redução de 2,9% no Índice de Captação de Leite do Cepea (Icap-l) do Brasil. Em Minas Gerais, no entanto, foi registrada a menor retração, de 0,5%. Na região Sul, houve queda significativa na produção, sendo de 4,8% no Rio Grande do Sul, de 3,6% do Paraná e de 3,3% em Santa Catarina.

Na média Brasil, o preço do leite recebido pelo produtor aumentou pelo terceiro mês seguido. Em maio, alcançou R$ 0,93 por litro, aumento de 4 centavos por litro ou de 4,4% em relação a abril. No mesmo período, o preço bruto teve média de R$ 1,01 por litro, valor 3,6% superior ao do mês anterior.

Em Minas, o preço líqüido do leite variou entre R$ 0,78 e R$ 1,06, fazendo com que a média ficasse em R$ 0,94 por litro, aumento de 4,4% frente aos valores praticados em abril. Os valores brutos do litro de leite variaram de R$ 0,85 a R$ 1,14 compondo uma média de R$ 1,01. O aumento no valor bruto ficou em 2,9% frente ao mês anterior.

Regiões - Em todas as cinco regiões pesquisadas no Estado, houve aumento nos preços pagos aos pecuaristas de abril para maio. Com base nas informações do Cepea, no Vale do Rio Doce o litro foi negociado na média líquida a R$ 1,06, alta de 2,8%, nesta comparação. Com um crescimento de 2,7% no preço bruto, a cotação do produto encerrou maio em R$ 1,17.

A maior alta foi verificada nos preços praticados no Sul e Sudoeste de Minas. Nessas regiões, a valorização chegou a 11,6% no preço líqüido e a 11% no valor bruto, com o litro de leite negociado a R$ 0,73 e R$ 0,80, respectivamente. No Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, os pecuaristas receberam na média bruta R$ 1,09 por litro de leite, aumento de 1,5%, e R$ 1,01 na média liquida, elevação de 2,2%.

Na Zona da Mata, a cotação do leite variou entre as médias bruta de R$ 0,88 e líquida de R$ 0,81, altas de 2,6% e 2,8%, respectivamente. O litro de leite na Região Metropolitana de Belo Horizonte encerrou maio cotado, na média líquida, a R$ 0,97, aumento de 4,8%. A média bruta, R$ 1,08, valorizou 4,5% em maio frente a abril.

De acordo com os pesquisadores do Cepea, para junho a expectativa dos compradores é de que os preços do leite pagos ao produtor continuem subindo, porém, a evolução deve ter índices menos significativos ou tender para a estabilidade em alguns casos e regiões.

Dos laticínios e cooperativas consultados pela instituição, 59,5%, que representam 56,2% do volume amostrado, acreditam em nova alta nos preços em junho, enquanto o restante (40,5)%, que respondem por 43,2% do volume, espera estabilidade nas cotações. Nenhum dos colaboradores consultados estima queda de preços para o próximo mês.



Veículo: Diário do Comércio - MG