Indústria encolhe 5,9% no 1º tri e tem pior início de ano desde 2009

Leia em 2min 10s

Resultado reforça expectativa de analistas para retração do PIB nos primeiros três meses de 2015
Nível de produção em março é 0,2% menor que em agosto de 2009, quando país sentia os efeitos da crise global

 



Empresários e consumidores com otimismo em baixa. Mercado de trabalho menos favorável e crédito mais restrito. Essa combinação fez a produção da indústria recuar 0,8% em março em relação ao mês anterior. Foi a maior queda para meses de março desde 2006, de acordo com o IBGE. Em comparação ao mesmo mês do ano passado, o setor teve retração de 3,5% --a 13ª queda consecutiva nessa base de comparação, a mais longa sequência da série histórica, iniciada em 2002.

Com números tão ruins, a indústria fechou o primeiro trimestre com queda de 5,9%, o pior início de ano desde 2009, quando recuou 14,2% de janeiro a março. Nos últimos 12 meses, a perda acumulada chegou a 4,7% --maior queda nesse tipo de comparação desde 2010, que foi de 4,8%.

"A indústria já não reagia com o governo incentivando o consumo e a oferta. Imagina agora, com ajuste na economia", afirmou André Perfeito, economista da Gradual. Para ter uma dimensão da crise, a produção que saiu das fábricas em março é 0,2% menor que a de agosto de 2009, quando o país sofria os efeitos da crise global. Em comparação ao pico do setor, atingido em junho de 2013, a indústria operava num patamar de produção (quantidade de produtos produzidos) 11,2% menor.

Apesar de ruim, o resultado não surpreendeu analistas de bancos e consultorias. Por isso, apenas reforçaram suas apostas de retração do PIB no primeiro trimestre deste ano. Para a Gradual, o PIB brasileiro deve recuar 0,2% ante quatro trimestre. Para a Tendências, a queda será de 1,9% na mesma base de comparação. Além da perda de ritmo de produção, a pesquisa mostrou que a crise na indústria está cada vez mais disseminada, disse André Macedo, gerente do IBGE. As quatro categorias econômicas pesquisadas tiveram retração, assim como 14 dos 24 setores.

De fevereiro para março, as perdas de maior peso para a indústria ficaram com veículos automotores (-2,9%), fumo (-3,6%) e equipamentos de informática (-4,1%). Os ramos são afetados pela redução do consumo e do crédito. Entre as categorias, a preocupação está no desempenho ruim dos bens de capital, termômetro dos investimentos e que inclui inclui itens como veículos para transporte e máquinas. Houve queda de 4,4% ante fevereiro.



Veículo: Folha de S. Paulo


Veja também

Ceagesp: indicador de preços no atacado recua 1,91% em abril

O índice de preço dos alimentos frescos no atacado da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de...

Veja mais
Cesta básica varia até 20,9% em Fortaleza

Conjunto de itens básicos chega a ser encontrado por R$ 128,97, mas também por R$ 106,65    Os...

Veja mais
Gestão eficaz é vital para as cooperativas

A gestão eficaz das cooperativas é a principal forma de superar os momentos de crises, como o enfrentado p...

Veja mais
Lucro global da ADM subiu 84% no 1º tri, para US$ 493 milhões

    Veículo: Valor Econômico...

Veja mais
Em busca de mais agilidade, Natura investe em logística

    Veículo: Valor Econômico...

Veja mais
Abic diz que abastecimento do setor no Brasil será 'apertado'

"No momento, a atenção da Associação Brasileira da Indústria de Café [Abic] &e...

Veja mais
Recuo da atividade industrial deve ter chegado ao limite

O gerente-executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI),...

Veja mais
Cooperativas se beneficiam do recorde da soja

Expectativa da Fecoagro é de que associadas da entidade ampliem sua participação no recebimento do ...

Veja mais
Atenção consumidor: comércio fraco não é desculpa para não pesquisar preços

Setor de eletrodomésticos, um dos que mais vendem na data festiva, apresenta variações consider&aac...

Veja mais