Intenção de consumo das famílias cai 14% em março, diz FecomercioSP

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A conjunção de fatores econômicos conjunturais corrosivos às finanças das famílias, como o realinhamento dos preços administrados, levou o Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) a uma queda de 14% em março ante mesmo mês do ano passado, para 105,7 pontos. Segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), responsável pelo índice, é o pior nível da história do indicador.

Vendo seu orçamento corroído por preços mais altos de alimentos, reajustes nos preços dos transportes, energia elétrica e gasolina, no âmbito de um cenário de baixo crescimento e com risco de desemprego, as famílias disseram aos pesquisadores da Fecomercio-SP que pretendem reduzir o consumo. Em relação a fevereiro deste ano, a queda apurada em março foi de 2,3%.

Entre os componentes do ICF, três atingiram o menor valor da série histórica e estão na zona de insatisfação, que é abaixo dos 100 pontos. O item nível de consumo atual apresentou a maior variação negativa em março, com queda de 9,7%, para 77,1 pontos. Essa pontuação, além de ser a menor para o item desde o início da série em 2010, é a mais baixa que um item da pesquisa já registrou.

O indicador de perspectiva de consumo, de acordo com a FecomercioSP, também ficou com a menor pontuação da série histórica, aos 91,2 pontos, e retração de 3,5% no comparativo com o mês anterior. "Para completar os itens que estão na zona de insatisfação, o item Momento para duráveis registrou leve queda de 0,6%, mas suficiente para, da mesma forma que os dois itens anteriores, ser o menor da série - 82,3 pontos -, permanecendo na área de insatisfação há 11 meses", afirmam os técnicos da FecomercioSP.

Os juros elevados dos financiamentos provocam esse sentimento de mau momento para aquisição de eletrodomésticos e eletrônicos. Ainda na comparação mensal, os itens acesso ao crédito (-0,6%) e renda atual (-7,5%) seguiram a tendência de queda. Apesar das retrações, alguns componentes do levantamento apresentaram melhoria: emprego atual e perspectiva profissional apontaram crescimento de 3% e de 1,1%, respectivamente.

A intenção de consumo das famílias com renda abaixo de dez salários mínimos mostrou queda de 1,7% na comparação mensal. Já as famílias com renda acima de dez salários mínimos foram as que mais sentiram as perspectivas econômicas desfavoráveis, com um recuo de 4,3%.



Veículo: Diário de Pernambuco


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