Negociação no varejo será acirrada

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Empresários devem rever a forma de compra, para evitar sobra de produtos nos pontos de venda e pressionar os fornecedores por preços melhores

 



Após ter em 2014 o pior resultado dos últimos 11 anos, o varejo pode viver um momento de retrocesso. Analistas ouvidos pelo DCI afirmam que as negociações com a indústria voltam ao patamar da década de 1990, com a possibilidade até de falta de produtos no ponto de venda.

"Agora é o momento de olhar para dentro da operação e rever os processos, em especial, os de compras", disse o sócio fundador da Panelli & Associados, Rubens Panelli. Para o especialista, muito mais do que cortes de custos, ter um giro de estoque maior se faz fundamental em um período de retração das vendas. "Você tem de negociar de forma diferente com o fornecedor. Como dividir a entrega dos pedidos e até deixar de comprar, se a categoria não estiver com boas vendas", explicou ele.

Para Panelli, este não é o momento de investir na abertura de lojas, e sim em arrumar as finanças da empresa. "Ninguém saíra ileso da crise, mas quem tiver saúde financeira se sairá melhor."

Para o analista, todos os segmentos varejistas terão dificuldades ao longo do ano, mas os que dependem do dólar, seja para fabricação ou para compra, terão de estar mais atentos. "O segmento de eletroeletrônicos, que depende do dólar, pode sentir dificuldade. Em especial na diminuição dos estoques. Neste momento, as redes têm de agir como se fossem empresas de fast fashion, sempre com produtos diferentes nas lojas", concluiu.

Na Era uma Vez, empresa virtual de artigos para bebê, a premissa é cortar gastos. "Não vamos contratar mais funcionários", afirmou o diretor da empresa, Victor Lovato. O executivo afirmou que a forma de negociar com os fornecedores mudou este ano. "Ao invés de recebermos um monte de produtos juntos, optamos por recebê-los de forma fracionada. Assim, evitamos sobra nos estoques, que geram custos."

Lovato afirmou também que seis novos fornecedores passaram a fazer parte de seu portfólio. "Identificamos uma queda no tíquete médio de compras. As nossas clientes passaram a comprar os itens mais em conta. Sendo assim, tivemos de encontrar fornecedores para atender a essa demanda", explicou, dizendo que a procura agora é por produtos de qualidade inferior.

Expectativas


O executivo ressaltou que a meta de crescer 30% em janeiro, na comparação com o ano anterior, foi batida, mas foi difícil. "O meu otimismo está baseado nas expectativas do e-commerce [que crescerá 20% este ano]. Mas sabemos: será um ano duro, em especial quem trabalha com lojas."




Veículo: DCI


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