Itens viajam até 20 mil km para chegar à mesa de fortalezense

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A maior parte dos produtos de fora diz respeito a culturas que não são próprias do clima local

 



Para chegar à mesa do fortalezense, alguns produtos acabam viajando mais de 20.000 quilômetros (km), como é o caso do alho, que vem da China, para suprir a demanda nacional não abastecida completamente pela produção do estado de Minas Gerais. Ameixa seca, uva passa, caqui, kiwi, maçã e pera são alguns dos produtos que também chegam à capital cearense, para suprir o consumo local, vindos de diferentes países, como Chile, Argentina e China. Atualmente 54% dos alimentos em geral vêm de fora do Estado.

A informação é do coordenador da Unidade de Informação de Mercado Agrícola da Ceasa, Odálio Girão, que afirmou também que o Ceará não possui as condições adequadas para produzir esses tipos de alimentos, necessitando do clima temperado e um solo mais receptivo para se desenvolver. No entanto, o impacto da importação desses produtos não é prejudicial ao Estado. Odálio acredita que, para melhorar a economia cearense, investir em pesquisas para aprimorar o processo de cultivo desses itens não é aconselhado, sendo mais vantajoso para o produtor local direcionar os esforços para aperfeiçoar a produção de itens que, apesar de serem produzidos aqui, ainda não atingiram um nível comercial considerável para abastecer o mercado regional, como é o caso do abacaxi e do limão casca fina galego.

"A produção do Ceará teria que apostar em produtos que nós temos, mas que ainda não se desenvolveram o suficiente. Precisamos focar em melhorias para a produção desses produtos, como é o caso do abacaxi e limão casca fina galego, em vez de apostar em produtos de zonas temperadas. O impacto seria muito maior também porque não estaríamos investindo em produtos que ainda são incertos", explicou Girão.

Expansão do consumo

Um dos fatores a favorecer as importações de alimentos no último ano foi a expansão do consumo a nível nacional. Apesar de ao longo do ano o clima ter favorecido a safra do alho em Minas Gerais, a produção ainda não é suficiente para suprir o mercado nacional, concentrando-se boa parte nos estados mais próximos, no Sul e Sudeste do País, forçando as outras regiões, como é o caso do Nordeste, a importar de outros locais. Atualmente, para abastecer o consumidor local, o Ceará importa alho do Chile, da China e da Argentina.

"O clima para alho em Minas foi satisfatório e houve uma boa colheita, mas houve uma expansão do consumo, e o Nordeste fica desassistido com o aumento da demanda nacional. Os Hotéis, supermercados e mercadinhos têm que trazer de fora para não deixar o consumidor na mão", comentou.

Logística


Muitos dos alimentos importados pelo Ceará, como é o caso do caqui e do kiwi, passam pela Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), a maior distribuidora da América Latina. Sobre a relação econômica estabelecida com a Ceagesp, Odálio ressaltou a importância da interação constante nas negociações entre os estados de São Paulo e do Ceará.

"O produtor internacional abastece o grande atacadista paulista e lá a mercadoria é distribuída para todo o País através da Ceagesp. Mas para que o consumidor não sinta a escassez desses alimentos, antes que eles esgotem, há uma conexão quase que diária entre o órgão de São Paulo e a Ceasa", completou.




Veículo: Diário do Nordeste


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