Abilio Diniz levanta R$ 5 bi com venda de ações do GPA

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Abilio Diniz fechou, por completo, seu ciclo no Grupo Pão de Açúcar. Ontem, o empresário vendeu as últimas ações que ainda detinha na companhia, cerca de 2,5% das preferenciais. Com isso, agregou mais R$ 445 milhões a sua carteira de recursos.

Restaram apenas, em poder da família, mais 2 milhões de ações no nome de duas pessoas físicas - praticamente nada. Ontem, foram vendidas 4,1 milhões de preferenciais, a R$ 108,32. O último grande lote.

Os papéis foram oferecidos a R$ 106,40, abaixo do preço de negociação em bolsa na manhã de ontem (em torno de R$ 111). Foram colocados, portanto, com ágio de quase R$ 2,00 frente ao que Abilio estava disposto a receber.

No total, Abilio levantou mais de R$ 5 bilhões com as vendas das ações do Grupo Pão de Açúcar. Foram vendidas, no total, 54 milhões de ações. Nas primeiras vendas, os papéis estavam em torno de R$ 90,00 na bolsa.

A saída do empresário começou no fim de 2012, pouco menos de seis meses após passar o controle majoritário e a gestão do negócio ao Casino, rede francesa de varejo com a qual selou um acordo de co-controle em 2005. Os sócios iniciaram uma disputa belicosa em 2010, depois que Abilio negociou e propôs uma associação com o concorrente Carrefour.

As primeiras vendas de ações do GPA coincidiram com a decisão do empresário - e, desde então, investidor - de aplicar recursos na gigante de alimentos BRF, resultado da união de Perdigão e Sadia. Hoje, tem R$ 1,5 bilhão na empresa.

Ao lado da gestora de recursos Tarpon e da Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil) foi e é o protagonista de uma mudança importante na gestão da companhia. Em abril de 2013, assumiu a presidência do conselho de administração da BRF, que passou por transformações de seu posicionamento e até de seu sistema fabril após o trabalho do reestruturador Claudio Galeazzi.

Abilio ajudou a erguer o GPA, ao lado do pai, o fundador, Valentim dos Santos Diniz. Depois de enfrentar grave crise, acelerou o crescimento da rede com diversas aquisições. As últimas emblemáticas foram as compras de Ponto Frio e Casas Bahia.

Além de co-controlar o GPA, Abilio tinha cerca de 15% das ações preferenciais da empresa. Em setembro do ano passado, Abilio e Casino fecharam um acordo e encerram as brigas que se arrastavam desde 2010. As ações ordinárias do empresário foram convertidas em preferenciais, na relação de um para um.

Com as vendas de Abilio, a liquidez dos papéis da varejista na bolsa aumentaram substancialmente. Praticamente 100% dos papéis sem direito a voto estão livres para negociação, enquanto quase a totalidade das ordinárias está nas mãos do Casino.

A companhia valia em bolsa, no fechamento de ontem, R$ 25 bilhões. Trata-se de uma das 20 maiores companhias negociadas em bolsa, em capitalização.

A participação da varejista no Índice Bovespa, principal indicador do mercado de ações brasileiro, estava em 1,7%. Como o Ibovespa reflete a liquidez retroativa dos últimos 12 meses, a expectativa é que a participação da empresa aumente.



Veículo: Valor Econômico


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