Medicamento ganha espaço na receita da Blanver

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Terceiro maior fabricante mundial de excipientes para medicamentos, o laboratório brasileiro Blanver está contabilizando os ganhos da estratégia de deixar de fornecer apenas a substância que dará forma e volume ao princípio ativo para atuar também na ponta, produzindo o próprio medicamento.

Em 2014, metade de sua receita líquida, estimada em R$ 250 milhões, será gerada pela linha de negócios original da farmoquímica - os excipientes, que também têm aplicação na indústria alimentícia. A outra metade virá da venda de medicamentos desenvolvidos pela empresa, e produzidos na fábrica em Tabão da Serra (SP), ao governo federal, sobretudo para tratamento da Aids.

O avanço dessa linha de negócios, de acordo com o presidente da Blanver, Sérgio José Frangioni, não deve parar por aí. Em 2015, a área de medicamentos já deverá responder por dois terços da receita, projetada em R$ 350 milhões, considerando-se o dólar em torno de R$ 2,30. Esse impulso deve ser dado pelo início das exportações e por possíveis novos acordos de transferência de tecnologia com laboratórios do governo federal por meio da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP).

"Nosso foco são os produtos de médio e alto valor agregado", afirmou o empresário. A Blanver já foi contemplada em quatro parcerias de transferência de tecnologia, três referentes a antirretrovirais usados no tratamento da Aids e outra em reposição de cálcio. "Temos mais seis ou sete projetos que já foram submetidos ao governo", acrescentou.

Dentre os acordos fechados, aparecem um antirretroviral dois em um que combina Tenofovir e Efavirenz e um três em um, que reúne Tenofovir, Lamivudina e Efavirenz. De acordo com o presidente do laboratório, esse último medicamento está em fase de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), assim como o Raloxifeno, usado no tratamento da osteoporose. "Fornecemos ao governo um pacote para tratamento da Aids que atende a 80% dos pacientes", contou.

A meta da Blanver, disse Frangioni, é exportar os medicamentos produzidos no âmbito das PDPs para América Latina e Ásia. "Devemos adotar um modelo de negócios parecido com o de excipientes, em que uma empresa lá fora vai distribuir os medicamentos em um determinado número de países", explicou.

O negócio de excipientes também deve crescer nos próximos anos, conforme Frangioni. A Blanver está investindo, neste momento, na ampliação da capacidade instalada na unidade de Itapevi, também em São Paulo, que subirá das atuais 15 mil toneladas por ano para 17 mil toneladas anuais. Uma das metas do laboratório é ampliar a participação no mercado mundial de excipientes, hoje estimada em 12%. "Pretendemos chegar a 16%", afirmou.

Atualmente, o laboratório brasileiro exporta excipientes, cuja matéria-prima é a celulose solúvel, para 100 países, com destaque para os Estados Unidos, Ásia e Europa. No mercado brasileiro, concorre com as multinacionais FMC e JRS Pharma e estima que sua participação esteja em torno de 75% - e apenas 25% de sua produção é direcionada ao mercado doméstico.



Veículo: Valor Econômico


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