Farmácias de manipulação crescem acima de 20% ao ano

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Flávia Milhassi


SÃO PAULO - Impulsionadas pela ascensão da classe C e o uso crescente de dermocosméticos, as farmácias de manipulação têm apresentado um crescimento acima dos 20% no País ao ano. Players como o Phitofarma, Pharmapele, Pharma Perez e a Drogavet (especializada em medicamentos para animais de estimação) afirmaram passar longe de qualquer retração nas vendas.

Com mais de 40 anos no mercado, a Phitofarma começou no setor com a venda de ervas medicinais e produtos fitoterápicos. Foi apenas na década de 1990 que a marca entrou para um novo filão, o de manipulação. "Os consumidores começaram a procurar por esses produtos, então investimos nesse nicho", explicou ao DCI o sócio da Phitofarma, Róger Marcondes.

Com a reformulação da operação, a marca passou a crescer entre 35% e 40% ao ano, até que encontrou no franchising a forma mais prática de replicar o seu negócio. Além disso, o crescente número de concorrentes, que até o nome da Phitofarma copiavam, foi o propulsor para a marca dar o pontapé inicial em seus negócios. "Em 2007 começamos a formatar o nosso modelo de franquia e todo esse processo demorou cerca de quatro anos, pois replicar a experiência para o franqueado era a nossa maior dificuldade", disse Marcondes.

Hoje, a empresa soma 34 unidades franqueadas e pretende ter outras 14 franquias vendidas até o final do ano. Com isso, a marca conseguirá crescer ao longo deste ano 30%. "Pretendemos fechar o ano com R$ 25 milhões de faturamento o que representa um crescimento de 30%", disse Marcondes.

Outro ponto destacado pelo sócio da Phitofarma foi a procura de bancos que atuam com venture capital para a criação de uma distribuidora de matéria-prima às farmácias. "Esse é um projeto para 2015, com cerca de R$ 10 milhões consigo montar a distribuidora de insumos, que ajudará as lojas da Phitofarma terem redução de 30% nos custos", disse. E completou: "Hoje as distribuidoras são unidas e praticam os mesmos preços, o que impede a procura pelo menor custo às farmácias manipuladas". Outro ponto destacado pelo empresário foi a crescente procura pelos cosméticos manipulados.

"Os cosméticos têm apresentado boas vendas em nossas lojas e hoje eles representam 40% do nosso faturamento", disse. Mesmo com essa procura maior, Marcondes afirmou que a Phitofarma não tem a intenção de criar uma linha de marca própria. "Ao fazer isso estaria competindo comigo mesmo", argumentou ele.

Ascensão

Com apenas uma loja, o sócio proprietário da Pharma Perez e químico cosmetólogo, Gildo de Carvalho, também projeta crescimento de dois dígitos. "Ao longo de cinco anos temos crescido 30%", afirmou o empresário. Com 16 anos no mercado de manipulação, Carvalho tem boa capacidade produtiva e pretende ampliar as fórmulas feitas em sua farmácia. "Hoje, por mês, fazemos 4.500 fórmulas. A meta é chegar a 6.000 fórmulas ao mês", disse. Com isso a rede aumenta suas vendas em 20%, e por ter um público de maior poder aquisitivo, a Pharma Perez tem maior demanda por produtos como os dermocosméticos, nutricosméticos e os homeopáticos.

Quem também está nesse ramo e tem boas projeções é a Pharmapele. Com 26 anos de atuação nesse segmento, a rede - hoje com 53 unidades que também atuam no franchising - projeta crescer 25% até o final do ano, conforme afirmou ao DCI a presidente do Grupo Pharmapele, Luisa Saldanha. "Ao longo de cinco anos temos crescido 20%, em média", disse a executiva.

Ainda segundo Luisa, a nova classe média foi um dos fatores que levou a empresa apresentar esse crescimento. Hoje, 70% do faturamento está em produtos manipulados, o restante fica com os itens de beleza e saúde da pele desenvolvidos pela empresa.

Mundo animal

O potencial desse segmento é tanto - segundo a Associação Nacional de Farmácias Magistrais (Anfarmag), associados a eles são cinco mil empresas, mas esse número é bem maior - que o mercado de animais de estimação (pet) também entrou no nicho de manipulados.

Desde 2004 no mercado, a DrogaVET, hoje com 22 unidades em operações, número esse conseguido por meio do franchising, surgiu pela iniciativa de Sandra Schuster, formada em farmácia que queria fugir da concorrência. "Na época, eram cerca de 100 concorrentes que manipulavam para o mercado humano em Curitiba e nenhum para o mercado de pets", explicou.

Mesmo sendo um nicho pouco explorado no Brasil, a rede tem a perspectiva de crescer 15% até o final deste ano. "Nossa expectativa é fechar este ano com crescimento de 15%, em relação ao ano passado, que foi de R$ 17 milhões", disse a executiva.

Para conseguir atingir a meta, a DrogaVET abrirá novas unidades. "Nossa expectativa é fechar o ano inaugurando mais quatro franquias. Até 2017 pretendemos alcançar o número de 50 unidades franqueadas", disse. E acrescentou: "Hoje, contamos com três lojas próprias e 19 unidades franqueadas".

 

Veículo: DCI


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