Produtos horti estão mais caros em Belém

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Tomate continua sendo o vilão da cesta básica no semestre



O aumento nos preços de verduras, legumes e hortaliças (produtos horti), acumulado durante o semestre, vem tornando os hábitos alimentares saudáveis mais caros para o paraense. O tomate, pelo segundo ano consecutivo, é o vilão da alta. Feirantes e supermercadistas têm teorias diferentes sobre o motivo da elevação nos valores, enquanto consumidores buscam alternativas para suprir os produtos que se tornam proibitivos.

Um balanço do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese-PA) comparou a trajetória de preços dos produtos horti comercializados em feiras, mercados municipais e supermercados da Região Metropolitana de Belém (RMB) no primeiro semestre de 2014, mostra que a grande maioria dos produtos teve aumentos expressivos de preços e muitos acima da inflação  calculada para o período em 3,79%.

Os aumentos de preços mais expressivos nos produtos horti, segundo a pesquisa divulgada pelo Dieese, foram registrados no quilo - ou maço - do tomate, com alta de 34,68%; alface, 32,33%; repolho, 30,17%; beterraba, 27,71%; batata, 22,76%; maxixe, 22,17%; salsa, 18,37%; couve, 18,09%; quiabo, 16,37%; jambu, 14,58%; cheiro-verde, 14,29%; cariru, 12,50%; cebolinha, 10,75%, e alfavaca, com alta de 8,45%.

Se comparados apenas com junho em relação a maio, as altas de preços mais expressivas foram o tomate, com crescimento de 5,19%; abóbora, 4,55%; cheiro-verde, 2,26%; quiabo, 1,72%, e alfavaca, com alta de 1,32%. A inflação calculada para o mês foi de 0,26%.

Na mesma análise mensal, alguns produtos apresentaram queda nos valores por quilo. Beterraba teve recuo de 11,68%; a cebola, queda de 3,65%; o repolho, 2,48%; e a cenoura, com queda de 2,36%.

As explicações para as altas vão desde os fatores que envolvem a comercialização/importação de grande parte desses produtos, passando pela intermediação e sazonalidade de outros. "Percebemos a variação, mas a explicação que recebemos é sempre a da sazonalidade ou mesmo do clima, que tem sido muito instável de uns tempos para cá. Faz sol quando deveria chover e vice versa, desta forma é mais complicado prever os preços", disse o gerente de hortifrúti de uma grande rede de supermercados de Belém, Walter Monteiro.

Para os feirantes, os motivos são outros. "Temos sempre o problema do transporte dos produtos até Belém e dos atravessadores. Os supermercados não sentem isso, pois compram direto de fora do Pará. Nós estamos mais sujeitos a estas variações", explicou o feirante Raimundo Júnior, da feira da Romulo Maiorana. A qualidade dos produtos ofertados também influencia bastante nos valores. "Na Ceasa você encontra, por exemplo, um mamão de R$ 2 o quilo e um de R$ 5. Há uma grande diferença entre estes dois, além do preço", observou a feirante Carolina Monteiro.

IMPORTAÇÃO


A pesquisa do Dieese conclui que o Pará continua importando uma quantidade expressiva destes produtos e, por conseguinte fica sujeito a uma serie de fatores desfavoráveis que ocorrem durante boa parte do ano. Para a entidade, as pesquisas apontam que a alimentação dos paraenses continua entre as mais caras do pais. 

O consumidor também percebeu as altas excessivas em alguns produtos. "O pimentão verde, que sempre foi muito barato, também tem surgido caro nas prateleiras", reclamou a doméstica Raimunda Silva, de 44 anos. Ela ensina a saída para não extrapolar o orçamento. "Eu costumo substituir. Por exemplo, no caso do tomate, troquei boa parte pelo extrato. Compro apenas uma porção pequena do fruto para o preparo de saladas", instrui.

A variação climática não é uma justificativa válida para a subida nos preços, opina a funcionária pública Conceição Ribeiro, de 62 anos. "Variações ocorrem sempre. Não acredito que os produtores não consigam se preparar para elas sem que haja queda na produção", avaliou.



Veículo: O Liberal - PA


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