Embalagem é nova arma do comércio para reduzir custos

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Empresas do comércio varejista começam a experimentar uma troca de parcerias que permite zerar o custo de embalagens, ao distribuir os seus produtos em pacotes com anúncios. Com número cada vez maior desse tipo de estratégia, que permite maior capilaridade no alcance das propagandas, firmas como a Mídia Pane, rede de franquias especializada em produzir e fornecer embalagens a estabelecimentos, obtêm resultados expressivos. Em 2013, o faturamento da empresa foi de R$ 11,5 milhões.

A empresa dá o exemplo no caso das padarias. Em geral, as embalagens ao segmento pedem orçamento de R$ 4 mil ao mês, considerada uma tiragem padrão de 30 mil sacos de pão, num tamanho que suporta até dez unidades do alimento. Com os anúncios, os sacos de pão saem a custo zero.

Outra empresa que atua no segmento é a Mídia Pizza. "A pizzaria não paga pela embalagem. Em troca garante que usará a caixa", definiu Daniel Gennaro, sócio-diretor do empreendimento. A empresa, que não prevê aderir ao formato de franquias, iniciou suas operações em 2010, depois de perceber o potencial de divulgação de caixas de pizza, que são vistas frequentemente por famílias de todas as regiões.

Mercado


Um único anúncio numa embalagem de pizza custa ao anunciante cerca de R$ 2,50. Com o objetivo de alcançar mais clientes num raio maior de amplitude, é ideal, segundo Gennaro, que as embalagens sejam produzidas sob o que ele chama de campanha: um mesmo anúncio publicado em um número de embalagens que durarão menos dias e serão usados por mais pizzarias. "É aconselhável mais restaurantes em 15 dias do que menos restaurantes em 30 dias". As pizzarias, nesse processo, passam a ser mais conhecidas, dado que as empresas produtoras das embalagens, ao elaborarem um mapeamento de restaurantes versus público e mapeamento, buscam o perfil das pizzarias e as inclui no banco de dados. O mesmo vale para padarias ou outro estabelecimento que venha a ser procurado pelos fornecedores de embalagens.

A empresa que recebe os pacotes acaba sendo a mais beneficiada no processo, já que é dispensada da obrigatoriedade de encomendar embalagens ou depositar determinado orçamento nas embalagens. Estão estabelecidas, previamente, parceria com gráficas e distribuidoras terceirizadas, que são acionadas para dar início as produções após a consolidação do acordo entre o anunciante e o responsável pela embalagem.

A DivulgaPão é outra empresa no setor que surgiu no mercado como AzDirect, que oferece produtos como anúncios em cabides de lavanderia, caixas de pizza, sacolas de farmácias e lojas de conveniência. Dentre esses produtos, a procura pela divulgação da propaganda em sacos de pão foi tamanha que fundou-se a DivulgaPão, especificamente para a produção de embalagens para este setor. A empresa vende o anúncio, cuida da distribuição da arte e encomenda a distribuição.

Wagner Rover, fundador e diretor geral da rede, que em 2013 vendeu 130 novas franquias, distribuídas em todo o País, observou que o saco de pão é diariamente visto por no mínimo quatro pessoas somente em uma casa. Nesse sentido, deixá-lo sem nenhum anúncio ou informação é renunciar ao seu potencial como grande veículo publicitário.

O crescimento de número de marcas, anunciantes e, assim, faturamento no setor, indica que um pacote de papel pardo em nada influencia na vida de quem consome o pão, tampouco na vida do padeiro. Já um pacote de pão ilustrado com anúncios é um informativo ao consumidor e uma publicidade ao comerciante que oferece as promoções. A economia gira e os alimentos empacotados seguem saindo do forno e chegando a lares e trabalhos em diversas regiões.

Os anúncios podem ser estampados em espaços exclusivos ou divididos. O mais observado nas embalagens para as pizzarias são anúncios únicos. Já nos sacos de pão, o tamanho mínimo para uma publicidade é o semelhante a um cartão de visita simples. Um anunciante que escolhe esse modelo tem de pagar, por tiragem (30 mil embalagens), R$ 500. Já a DivulgaPão, pede que o franqueado, o responsável pela reunião de todos os anúncios e organizá-los no papel, tem a meta de receber 32 anúncios, por tiragem/campanha. Nada impede, entretanto, que, dependendo do investimento do anunciante, a propaganda ocupe todo o espaço da embalagem. Os fornecedores da embalagem defendem categoricamente que a qualidade do produto por eles oferecido é superior aos encomendados pelos comerciantes, dado que fazem disso o seu negócio. Sugere-se que sejam repensadas as embalagens de modo a reduzir ou abolir o papelão como matéria-prima. Assim, haverá redução de custo e otimização desse mercado.



Veículo: DCI


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