Maior empresa de varejo on-line do Brasil, a B2W, controlada pela Lojas Americanas, marcou uma reunião pública de acionistas e investidores três dias antes de o encontro acontecer, na sexta-feira, 27 de dezembro. O Valor apurou que o evento, a única reunião pública da empresa no ano, realizada na sede da empresa, no Rio, acabou registrando baixo quórum.

No material preparado para o encontro, a companhia menciona aquisições que já fez e repete dados publicados em 2013, relativos a investimentos passados. Confirmou, por exemplo, que adquiriu a Uniconsult, Ideais, Tarkena e a Click-Rodo (empresas da área de sistemas e distribuição) - e voltou a mencionar a abertura de 3 centros de distribuição no ano passado.

A B2W enviou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) o calendário com a data da reunião agendada para dia 27 no dia 24 de dezembro A B2W deixa o Índice Bovespa a partir de hoje, após mudanças na sua metodologia.

Entre os 14 bancos e corretoras que acompanham o desempenho da B2W, o Valor apurou que pelo menos sete instituições não estiveram na reunião. A empresa é listada no Novo Mercado, segmento de negociação da BM&FBovespa com regras mais rígidas de governança.

Questionada sobre o quórum e sobre a data marcada para o encontro, a empresa respondeu que "a reunião pública realizada no dia 27/12, em cumprimento ao regulamento de listagem do Novo Mercado da BM&F Bovespa, foi divulgada por meio do calendário de eventos corporativos, devidamente publicado no site da CVM, e no site de RI da companhia".

As companhias listadas no Novo Mercado da BM&FBovespa devem realizar no mínimo uma reunião pública anual, mas muitas empresas fazem apresentações depois de cada divulgação dos números trimestrais, geralmente em parceria com a Apimec, a associação dos analistas de investimento. Dona dos sites Submarino e Americanas.com, a companhia tem entre seus sócios Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles.

Procurada, a Apimec informou que, ao longo de 2013, a B2W não realizou reuniões com a entidade em São Paulo e no Rio - encontros que normalmente são divulgados com antecedência.

A atenção do mercado em relação à B2W cresceu após difícil fase da companhia. A partir de 2010, com a série de maus resultados - causados por problemas de entrega e baixa nas vendas - especialistas levantaram dúvidas sobre seu fôlego para uma recuperação.

No ano passado, a B2W registrou alguma melhora em certos indicadores, mas ainda há questionamentos em relação a capacidade de geração de caixa e também sobre uma virada de resultados (a empresa opera no prejuízo), a curto prazo.




Veículo: Valor Econômico