Mundipharma vai focar no combate à dor na América Latina

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A farmacêutica americana Mundipharma está colocando os pés no mercado latino-americano com operações iniciais no Brasil, na Colômbia e no México e, desde já, com apetite para aquisições. A estratégia da companhia para se firmar na região é o foco no seu principal segmento de atuação, de medicamentos para dor. Para agilizar a obtenção de licenças e a entrada em novos mercados, a multinacional partiu para a compra de companhias pequenas ou médias. "Estamos super atentos em aquisições e alianças", afirmou ao Valor Amaury Guerrero, diretor geral da empresa no Brasil.

Responsável pela vinda da companhia à região, Guerrero diz que as operações serão estendidas para Venezuela e Argentina em 2014. No ano seguinte, para Chile, Equador, Peru e América Central. Hoje, a empresa atua nos EUA, na Europa e na Ásia, onde faturou no ano passado US$ 4,5 bilhões.

Do total de suas receitas globais, o nicho de dor corresponde por 70%, segundo Guerrero, apesar de no Brasil ainda não ser comum a definição de dor como uma categoria. "Ainda não há aqui uma companhia com foco apenas em dor. E acreditamos que a dor ainda será um assunto de interesse da saúde pública", afirma.

Em geral, as farmacêuticas maiores ficam centradas nos chamados "blockbusters", que são os líderes de vendas. Entram neste grupo medicamentos para oncologia, diabetes, imunologia e HIV. Enquanto isso, o universo da dor inclui os medicamentos com morfina, por exemplo, cujo uso per capita é dez vezes maior nos Estados Unidos do que no Brasil, segundo Igor Zanetti, diretor de Acesso e Assuntos Corporativos da empresa. "No Brasil, ainda se fala em morfina para pacientes terminais, sendo que seu uso pode elevar a qualidade de vida de muitos pessoas em outras situações", diz.

A Mundipharma já começou a vender no Brasil o Oxycontin, analgésico para dores moderadas e severas. No ano que vem, espera conseguir mais três licenças e, em 2015, outras três. A partir daí, quer incluir medicamentos de outros tipos, como das áreas de oncologia, artrite e reumatismo, respiratória e de produtos de consumo, que não exigem prescrição médica.

A princípio, os produtos vendidos no país e no restante da América Latina serão importados das fábricas da empresa nos Estados Unidos. Para o primeiro semestre do ano que vem, já está no orçamento da Mundipharma a construção de um laboratório de controle de qualidade. E, futuramente, a empresa quer fazer do Brasil um "centro" na região. "Poderemos ter uma fábrica se isso nos trouxer agilidade", diz Guerrero. Apesar de considerar que os reguladores brasileiros do setor "têm boa vontade", ele afirma que a demora para aprovações é um desafio para ter competitividade no setor.

No momento, a Mundipharma tem escritório em São Paulo e 110 funcionários, sendo quase 80 representantes de vendas e especialistas que fazem as visitas aos médicos e farmácias. A ofensiva latina da empresa soma investimentos de US$ 80 milhões no Brasil, US$ 25 milhões na Colômbia e US$ 40 milhões no México. Neste valor, está incluída a compra da farmacêutica Eticare, por US$ 2 milhões, o que ajudou a entrar no mercado com licenças para operar.



Veículo: Valor Econômico


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