Atacadistas seguem alertas em relação às vendas de 2014

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Empresas do setor atacadista (cash&carry) demonstram apreensão com o desempenho do setor em 2014. Ainda que o mercado este ano esteja crescendo em relação ao ano passado, fatores como baixos investimentos internos e a falta de comunicação entre companhias e poder público são motivos de preocupação.

É o que afirmou em entrevista ao DCI o presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad) e diretor comercial da Jotujé Distribuidora, José do Egito Frota Lopes Filho. "Estamos preocupados com as expectativas e perspectivas do governo, porque os estrangeiros já estão um pouco duvidosos em relação aos investimentos no Brasil. Isso nos preocupa, mas mesmo assim trabalhamos com soluções junto aos fornecedores para manter o cenário positivo."

A expectativa da Abad é de aumentar em 3,5% o faturamento do setor em 2013 na comparação com o ano passado. O número foi revisado em abril, quando a expectativa era de 4,5%.

O ano tem apresentado oscilações para o setor atacadista. No mês de outubro, por exemplo, o crescimento em relação ao mês anterior foi de 8,88%. No entanto, a variação de setembro para agosto foi de -2,8%.

Um dos pontos mais destacados pelo presidente da entidade é a importância da Frente Parlamentar Mista dos Agentes de Abastecimento do Pequeno e Médio Varejo. A iniciativa busca "maior sincronia entre poder público e privado", explica o executivo. Ele aponta ainda que a Copa do Mundo e eventuais protestos podem ter algum impacto em 2014, mas diz que o setor já se encontra preparado.

Segundo o professor do Programa de Administração de Varejo/Fundação Instituto de Administração (Provar/FIA), Nuno Fouto, as condições de infraestrutura são inadequadas, mas o cenário deve melhorar. "Devemos ter uma melhora em logística e distribuição, até porque não dá para errar mais do que já se errou. Em um horizonte de cinco anos, o cenário deve evoluir, embora não acredite que vá ser solucionado", comenta. Fouto ainda ressalta que tanto o atacado distribuidor como o atacarejo "tem espaço para crescer, até porque há deficiência de empresas médias e grandes."

As principais empresas de cash&carry não deixaram de investir. O Assaí, bandeira pertencente ao Grupo Pão de Açúcar (GPA) incorporou 10 novas unidades. Nesta quinta-feira, a rede chega à 11ª com a operação de Rondonópolis, no Mato Grosso, totalizando 72 unidades no País. O Makro tem uma postura menos agressiva de abertura de lojas: este ano inaugurou duas unidades paulistas - Mogi das Cruzes e São Carlos - com aportes de R$ 35 milhões em cada uma.

Contrapartida

Neste ano, o consumidor final foi o principal impulsionador do setor atacadista. Com a inflação pressionando os preços dos alimentos e demais produtos, muitas famílias viram no cash&carry a forma mais barata de abastecer suas casas, uma vez que os produtos são 12% menores que nos supermercados. Cerca de 16,5% ou 530 mil novos lares, passaram a consumir por esse canal de venda, de acordo com a Nielsen.

"O atacarejo, que atende o consumidor, tem uma perspectiva muito boa, principalmente por se destacar com os preços melhores", destaca Fouto. "Esse segmento é mais eficiente, tem custo mais baixo e ainda tem muito espaço, porque não é muito aproveitado", aponta.

O potencial desse cliente é tamanho, que players como o Roldão, por exemplo, investiram mais para atendê-lo. Anteriormente, o presidente da rede, Ricardo Roldão, afirmou que 30% do faturamento vem das famílias e, por isso, a empresa ampliou a linha de produtos marca própria. "Os produtos de marca própria representam 6% do nosso negócio. Queremos chegar a 8% nos próximos dois anos", concluiu.



Veículo: DCI


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