Brasileira compra mais supérfluos que chinesa e russa

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As brasileiras têm consumido uma certa gama de produtos de beleza considerados supérfluos, como sabonetes líquidos com hidratante e cremes, numa velocidade muito maior do que consumidores de outros países emergentes, como China e Rússia. A taxa de crescimento nas vendas da cesta de produtos para banho chegou a ser quatro vezes maior no país do que no mercado chinês.

 

No ano passado, esse segmento registrou uma alta nas vendas (em valor) de 24% no Brasil, informa a Euromonitor International - a maior taxa de expansão entre todos os segmentos da categoria de higiene e beleza no país. Ganhou de mercadorias como cosméticos e maquiagens, por exemplo. E não se trata de comparação com uma base baixa pois a demanda desse grupo de produtos já havia subido 15% em 2008.

 
 
O investimento da indústria em novos lançamentos - como sabonete íntimo - com fortes campanhas na mídia, a ampliação no volume vendido e a maior demanda da nova classe média emergente explicam o resultado.

 

"O Brasil é de longe o país emergente onde existe a maior preocupação com a aparência e o envelhecimento entre a população", disse Miriam Steinbaun, diretora da TNS Research Internacional.

 

"Produtos de maior valor agregado, como sabonetes hidratantes ou que amenizam as linhas da face, por exemplo, acabam sendo muito mais bem aceitos pela consumidora local", diz ela.

 

Pelos dados da consultoria, enquanto a taxa de expansão nas vendas desses produtos chega a 24% no Brasil no ano passado, na Índia foi a 10% e na China, 6%.

 

Em parte, a alta no Brasil também pode ser explicada pelos aumentos de preços realizados pelas companhias. Segundo o Índice de Preços ao Consumidor da Fipe, esses itens tiveram reajuste de 7,2% em 2009 - a inflação foi de 3,6% no período. Mas especialistas não acreditam que esse efeito tenha sido o fator determinante no desempenho final.

 

"A indústria tirou praticamente do zero categorias pouco exploradas na área de produtos para banho, como sabonete íntimo", disse o diretor Eduardo Aron, da Kimberly-Clark. Cerca de 5% das vendas da companhia com a marca Intimus se refere a lenços e sabonetes para higiene íntima hoje. Há cinco anos, a categoria sequer era explorada pelo grupo. O que também ajuda a explicar a forte taxa de expansão no mercado brasileiro é o fato de a indústria cobrar valores mais altos por esses produtos de maior valor agregado.

 

Veículo: Valor Econômico


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