Inadimplência do consumidor cresce 2,7% em julho

Leia em 2min 20s

A quantidade de brasileiros com contas em atraso e negativadas cresceu 2,7% em julho deste ano em relação a 2018, chegando a 63,3 milhões de pessoas. Isso representa 40,5% dos adultos do Brasil, que têm dividas, principalmente, para instituições financeiras. As informações são da Serasa Experian.

 

Por outro lado, na análise em relação a junho, a quantidade de endividados diminuiu 0,2%, o que significa que 100 mil pessoas deixaram os registros de contas atrasadas e negativadas. De acordo com Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, a expectativa é que esse número continue a baixar, ainda que de forma gradual, devido à melhora no cenário econômico.

 

“Há a expectativa da liberação de parte do saldo do FGTS, 13º e os lotes remanescentes da restituição do imposto de renda, o que deve trazer um fôlego maior”, disse Rabi.

 

Dentro do total de dívidas, a quantidade ligada à Bancos e Cartões chegou a 29,3% em julho de 2019, o maior percentual desde outubro de 2017, quando foi de 29,6%. A parcela das Financeiras foi de 10,4%, o maior desde o início da série histórica, em março de 2016. Os dois tipos juntos representam quase 40% das dívidas do país.

 

“O movimento revela a grande dificuldade que os brasileiros têm em não conseguir honrar nem os compromissos firmados com esta classe de credores, restringindo o acesso a crédito destas pessoas. Porém, é possível que os efeitos mitigadores anteriormente citados – liberação de parte do saldo do FGTS, o ingresso do 13º salário e os lotes remanescentes da restituição do imposto de renda – consigam, a partir dos próximos meses, estabilizar a inadimplência dos consumidores perante este segmento”, esclareceu o economista.

 

Na comparação entre julho de 2019 e o mesmo mês de 2018, o segmento de Utilities teve a maior variação, apresentando queda de 0,4 p.p. Bancos e Cartões cresceram 0,1 p.p, Telefonia 0,2 p.p, Serviços 0,1 p.p e financeira 0,2 p.p.

 

O Rio de Janeiro foi o Estado que teve maior crescimento daqueles que não conseguiram honrar seus compromissos financeiros entre julho de 2018 e 2019, passando de 46,1% para 47,3% da população. Em segundo lugar aparece a Paraíba, com variação de 1,1 p.p (33,8% em julho/19 contra 32,7% em julho/18).

 

Roraima é o Estado com o maior número de brasileiros negativados, com 56,3% da população adulta com dívidas em atraso. O Amazonas aparece em segundo lugar, com 54,3%, um aumento de 0,7 p.p. com relação ao mês de julho do ano passado e de 2,3 p.p. na comparação entre junho e julho de 2019.

 

Fonte: Mercado e Consumo


Veja também

Crédito no Varejo: difícil entender

No Brasil, o crédito ao consumo e a confiança do consumidor são alguns dos principais fatores de al...

Veja mais
Brasil precisa capacitar 10,5 milhões de trabalhadores até 2023

O Brasil precisará qualificar 10,5 milhões de trabalhadores industriais até 2023 para suprir a dema...

Veja mais
Expectativa do consumidor sobe em setembro, diz CNI

Depois de duas quedas consecutivas, o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) subiu para 47,3 pontos ...

Veja mais
Em cinco meses, 350 empresas simples de crédito são criadas no país

Nos últimos cinco meses, 350 empresas simples de crédito (ESCs) foram criadas no país, uma mé...

Veja mais
Mercado passa a ver Selic a 4,75% e dólar a R$4,00 neste ano, mostra pesquisa do BC

A expectativa do mercado para a taxa básica de juros no final deste ano foi reduzida a 4,75%, de acordo com a pes...

Veja mais
Confiança dos serviços sobe em setembro para máxima desde fevereiro, diz FGV

A confiança no setor de serviços subiu em setembro para o maior patamar desde fevereiro, informou a Funda&...

Veja mais
Conta da dívida tem caído, mas Brasil tem 90% de ajuste fiscal pela frente, diz Mansueto

A conta de juros da dívida pública tem caído em meio à diminuição da Selic, ma...

Veja mais
Cenário macro pode permitir ajuste adicional na Selic, diz Campos Neto

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou nesta sexta-feira que a taxa Selic renovou sua mínim...

Veja mais
Economia brasileira pode crescer acima de 2% em 2020, diz Guedes

A economia brasileira vai recuperar sua dinâmica de crescimento e poderá crescer até acima de 2% no ...

Veja mais