Varejo assume linha de frente para a retomada econômica do País em 2019

Leia em 2min 50s

Após registrar alta de 4,3% no volume de vendas em julho sobre um ano antes, o varejo brasileiro pode assumir protagonismo na retomada econômica, visto que outros setores continuam patinando. A dúvida no horizonte, porém, recai sobre a sustentação desses estímulos no longo prazo.

 

“O resultado pelo setor do varejo no mês de julho mostra algo muito positivo, tendo em vista que outros setores estão apresentando evolução perto de zero. Esse cenário deve ganhar maior força com os impulsos do segundo semestre, como por exemplo a liberação de recursos do FGTS [Fundo de Garantia por Tempo de Serviço] e a chegada de importantes datas comemorativas”, argumentou o coordenador da sondagem do comércio do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Rodolpho Tobler.

 

De acordo com o especialista, tendo em vista que a economia como um todo está emitindo “tímidos” sinais de recuperação, a tendência é que a população brasileira comece a consumir mais produtos de necessidade básica. “Os níveis de desemprego ainda são expressivos, mas a queda gradual da taxa de desocupação é fundamental para o resultado desses estímulos ao consumo. Mesmo que a informalidade seja grande, pelo menos essa parcela da população está assalariada”, afirmou ele, lembrando que os segmentos de bens duráveis podem sentir também uma alta na demanda com a melhora gradual da renda.

 

Tobler explica que o varejo apresenta potencial para puxar a retomada econômica, porém esse movimento deve se dar no curto prazo e não é “sustentável” no longo prazo – que precisa de reformas estruturais no âmbito macroeconômico.

 

“Os efeitos desses estímulos pontuais não devem perdurar por muito tempo. Eles devem estar acompanhados de compromissos em relação ao controle fiscal, um maior controle dos juros, inflação e da diminuição das taxas de desemprego que afetam diretamente o retomada desses mercados”, comentou o especialista.

 

Balanço

 

Os dados referentes ao setor, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, por meio da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), ainda revelam que oito dos dez segmentos do varejo apresentaram resultados positivos – registrando o quarto avanço consecutivo. O crescimento entre janeiro e julho de 2019 foi de 3,8%. Apenas os segmentos de papelaria, revistas e jornais (-18,5%) e equipamentos de informática e escritório (-2,2%) registraram baixas no volume de vendas.

 

Já no que diz respeito ao desempenho das regiões do País, o levantamento apontou incremento positivo em 19 das 27 unidades da federação. O destaque ficou para os estados do Mato Grosso (5,4%), Rio de Janeiro (2,7%) e e Bahia (2,4%). Os entes federativos com saldo negativo foram: Amazonas (-1,9%), Roraima (-1,6%) e também o Ceará (-1,5%). Goiás e o Pará registraram estabilidade nas vendas no período.

 

Para a gerente da PMC, Isabella Nunes, os segmentos supermercadistas e também artigos de uso pessoal e farmacêutico foram os responsáveis pela alta do varejo no mês de julho. “Esse movimento já pode ser observado em meses anteriores e sustentado, sobretudo, pela evolução gradual do mercado de trabalho. Por outro lado, o movimento de alta na concessão de crédito para as pessoas físicas ajudou na dinâmica de vendas para o segmento de móveis e eletrodomésticos”, argumentou ela.

 

Fonte: DCI

 


Veja também

Dia do Cliente e Semana do Brasil: como vender mais nas novas datas do varejo

Comemorado no dia 15 de setembro, o Dia do Cliente deve ganhar mais relevância neste ano no país. Isso porq...

Veja mais
Setor de serviços cresce 0,8% de junho para julho no país, diz IBGE

O volume de serviços do país teve um crescimento de 0,8% na passagem de junho para julho deste ano, segund...

Veja mais
Caixa inicia nesta sexta pagamento de FGTS; saiba como sacar

Os primeiros a receber até R$ 500 por conta do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) terão o...

Veja mais
Governo vai desbloquear R$20 bi até outubro, diz Onyx

O governo vai desbloquear um total de 20 bilhões de reais do Orçamento até outubro, sendo 14 bilh&o...

Veja mais
Varejo tem melhor julho em 6 anos, mas crescimento consistente ainda é dúvida

As vendas no varejo brasileiro surpreenderam ao registrarem o melhor julho em seis anos, puxadas por crescimento general...

Veja mais
Indicador mostra alta de 2,6% no consumo de bens da indústria em julho

O Indicador Ipea Mensal de Consumo Aparente de Bens Industriais, que mede a demanda interna no setor, registrou alta de ...

Veja mais
Comércio varejista cresce 1% em julho

O volume de vendas do comércio varejista cresceu 1% na passagem de junho para julho deste ano, segundo dados da P...

Veja mais
CNC estima que R$ 13,1 bilhões em saques do FGTS e PIS/Pasep irão para comércio e serviços

A liberação dos saques das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do Fundo PIS-Pa...

Veja mais
Vendas do comércio crescem 1% em julho, diz IBGE

As vendas do comércio varejista ganharam ritmo em julho e cresceram 1%, na comparação com o mê...

Veja mais