Lojistas do Brás esperam aumento nas vendas

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Apesar de registrar um aumento tímido nas vendas de janeiro em relação ao ano anterior, os lojistas acreditam que ações da Prefeitura, aliadas à economia, permitirão crescimento

 

São Paulo - Uma amostragem feita pela Federação dos Atacadistas e Varejistas do Brás (Fevabrás), com 700 dos 7.500 associados, mostra que 70% dos lojistas esperam a retomada da economia e aumento nas vendas ainda neste ano.


Entre os fatores que colaboraram para o aumento do otimismo entre os lojistas da região estão a previsão do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que apresentou recuo de 4,80% para 4,71%, ficando abaixo do teto de 6% fixado para 2017; a previsão de redução da taxa básica de juros, Selic, para 2017, de 9,75% para 9,50% e as ações de zeladoria e segurança iniciadas na gestão Doria na região do Brás.


Para Gustavo Dedivitis, presidente da Fevabrás, a redução do IPCA é positiva e representa aumento do poder de compra. "Com isso, o dinheiro fica mais barato. Quem faz compras de R$ 100 mil e R$ 200 mil, para comprar em várias parcelas, fica com uma taxa de juros menor, eles vão pagar menos e comprar mais", explica.


A tendência, segundo ele, é que os lojistas possam manter e até aumentar as vendas. "Nos anos anteriores não se tinha perspectiva. Agora é diferente. Com a inflação sob controle, a taxa de juros do governo federal caindo, a tendência é diminuir o desemprego e, assim, estimular o consumo".


Apesar de não ter expectativa de um real crescimento para ainda este ano, Gustavo Dedivitis explica que, com a perpetuação desse cenário positivo, é possível registrar um tímido crescimento. Segundo ele, é esperado, pelos lojistas do Brás, um aumento entre 8% e 15% nas vendas em relação ao ano passado.

 


Comércio informal
A operação delegada, formada por convênio entre a Prefeitura e a Polícia Militar, na qual os policiais em horário de folga trabalham para a administração municipal, fiscalizando o comércio ambulante, faz parte das medidas positivas adotadas. Segundo Dedivitis, presidente da Fevabras, essa medida beneficiará o comércio na região, que sofre com falta de fiscalização e o comércio informal. "O problema do Brás é o camelô, pois colocam a barraca em frente à loja, na calçada, impedem à entrada do consumidor na loja. O lojista é prejudicado porque, muitas vezes, o camelô vende produto falsificado", afirma.


Além disso, Dedivitis explica que o problema com os camelôs deve ser resolvido de maneira a organizar o comércio, realizar uma fiscalização como é feita em relação à pichação na capital paulista. "Não queremos acabar com o camelô, queremos que eles tenham bolsões para que possam sair da frente das lojas. Não é acabar com eles, é organizar esse comércio", diz.


Cenário
De acordo com levantamento de taxa de juros realizada, no último dia 2 de fevereiro, pelo Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor (Procon-SP), órgão vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo, três instituições financeiras que fizeram parte do levantamento diminuiram a taxa do cheque especial e, duas delas, do empréstimo pessoal.

A pesquisa não faz uma análise profunda do cenário ou sobre expectativas de recuperação do mercado, mas aponta que após um mês de estabilidade, as taxas para o cheque especial e para empréstimo pessoal tiveram queda. Fizeram parte da pesquisa as seguintes instituições bancárias: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú, Safra e Santander.


Prefeitura de São Paulo
Segundo a Fevabrás, os lojistas têm estabelecido uma linha de diálogo com a gestão municipal, de João Doria. "Os lojistas do Brás têm sido recebidos por ele, pelo vice-prefeito e secretário de prefeituras regionais , Bruno Covas. Está acontecendo uma linha de diálogo que nunca houve com os prefeitos anteriores", diz Dedivitis.

 

Além das ações de zeladoria urbana na região do Brás, o prefeito de São Paulo também prometeu a criação de shoppings populares em áreas comerciais e com forte movimentação de pedestres. Essa medida, segundo o prefeito Doria, serviria para controlar o comércio ambulante na cidade, acabando com a situação que ele classifica como sob "total falta de controle".



Felipe Blesa


Fonte: DCI - São Paulo

 


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