O comércio varejista não está indo bem em 2014, e não é a passagem de ano que vai mudar essa situação. De acordo com a pesquisa encomendada pela Fecomércio-PE à Consultoria Econômica e Planejamento (Ceplan),apresentada nesta quarta-feira (17), a previsão é que o comércio mantenha o crescimento desacelerado em 2015. A estimativa acompanha a previsão de baixo crescimento do PIB (0,8%) com que o governo federal está trabalhando para o próximo ano. “Continuamos crescendo, mas menos que no ano passado”, disse o presidente da Fecomércio-PE, Josias Albuquerque. Segundo ele, a chave para um maior crescimento em 2015 está no maior diálogo entre o setor empresarial com o governo. “Já levamos algumas das nossas discussões para os governos municipal e estadual, e temos uma pauta que será enviada para o governo federal.”
Tânia Bacelar, economista da Ceplan, destacou que a desceleração no comércio estadual se deu principalmente no segundo e terceiro trimestre de 2014. “De maneira geral, o Brasil cresceu por conta da demanda interna, o que foi bom para o comércio. Mas agora esse crescimento está mais reduzido.” A renda média brasileira ainda é baixa, o que segundo Tânia é um fator que prejudica o crescimento da economia.
Em janeiro o setor varejista teve um crescimento de 7,9% em relação ao mesmo período de 2013, mas perdeu fôlego até o terceiro trimestre. O volume de vendas cresceu 5,6% no primeiro trimestre e 5,7%, no segundo. No terceiro trimestre, entretanto, houve queda de 1%. De acordo com o relatório divulgado pela Fecomércio-PE, a desvalorização cambial e a alta da inflação que reduziu o poder de compra das famílias levaram a essa situação.
Ações
A Fecomércio-PE entrevistou empresários de todas as regiões do estado para encontrar respostas que levem à melhoria das vendas do comércio varejista.Entre os pleitos estão ações do governo federal que levem à manutenção do padrão de consumo e ampliação do crédito ao consumidor. Na esfera estadual, eles citaram o ordenamento do comércio às margens da BR-232, redução da burocracia para abertura de empresas e ampliação de incentivos para o pequeno varejo. Também citaram a estruturação de feiras livres e ofertas de vagas rotativas em estacionamentos pelos municípios.
O economista da Ceplan Fábio Oliveira destacou que os empresários podem tomar algumas iniciativas sem precisar ficar esperando ações do poder público. Entre elas, citou a melhorar a oferta de cursos de capacitação para empregados e gestores e a criação de um banco de currículos para o varejo.
Veículo: Diário de Pernambuco