A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) estima crescimento entre 0,5% e 1,5% nas vendas do Dia das Crianças deste ano sobre o exercício passado. Caso a projeção se confirme, os negócios realizados pelo varejo da Capital poderão chegar a R$ 2,24 bilhões, impulsionados principalmente pelas vendas relativas à data comemorativa, contra os R$ 2,21 bilhões registrados em 2013. Este é o pior desempenho, em termos percentuais, desde 2001, quando a alta em relação ao ano anterior havia sido de apenas 0,3%.
O cálculo da entidade levou em conta o histórico de resultados na data comemorativa e a atual conjuntura econômica do país. Para se ter uma ideia, no ano passado, as vendas do mês de outubro cresceram 2,24% frente a 2012, enquanto naquele exercício o incremento foi de 4,02% na comparação com 2011. Já quando avaliado o desempenho das vendas do comércio entre 2008 e 2009, período da crise mundial, a alta chegou a 3,4%.
De acordo com o vice-presidente da entidade, Marco Antônio Gaspar, o desempenho previsto para este ano é alarmante, já que configura uma espécie de termômetro para o Natal, considerada a principal data em termos de vendas para o comércio varejista de todo o país.
"Esta é a quarta data comemorativa no calendário anual, mas como o fim do ano já se aproxima representa também estimativa para a época mais importante para o setor. E ao que tudo indica, teremos consumidores mais uma vez receosos, comprando presentes de menor valor agregado", explica.
Expectativa - Diante disso, conforme Gaspar, é inevitável a expectativa por um Natal mais magro também. Ele destaca que 2014, por si só, já não tem se configurado como um ano positivo para o comércio. "Para o comércio e para a economia em geral. Temos um cenário completamente adverso, com juros em alta, inflação subindo, inadimplência aumentando o poder de compra cada vez menor", completa.
Para tentar reverter a situação, conforme o vice-presidente da CDL-BH, cabe aos lojistas adotarem uma série de ações que estimulem as pessoas a ir às compras. No caso do Dia das Crianças, ele destaca a realização de eventos, promoções e atrativos nas lojas. Já em relação ao Natal, o empresário enfatiza que é necessário maior tempo para o planejamento dos varejistas.
"No caso do Dia das Crianças o estoque já está formado e deve ter sido em menor volume. Mas, para o Natal, ainda é possível elevar as projeções, pensando em estratégias, criando alternativas, investindo em qualificação, vitrine e promoções", justifica.
Em relação aos produtos que provavelmente serão mais procurados estão os tradicionais, entre eles bonecas, brinquedos educativos, carros e jogos. Mas, outros itens também serão desejados pelo público, como os relacionados a filmes e seriados do momento, videogames, bicicletas e eletrônicos. A expectativa da Associação Brasileira de Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) é de crescimento de 12% em relação a 2013, mesma previsão do ano anterior, para as vendas em todo o país.
Veículo: Diário do Comércio - MG