Reajustes superaram a inflação

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Cerca de 95% das 685 unidades de negociação analisadas pelo Sistema de Acompanhamento de Salários do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (SAS-Dieese) conquistaram, para os pisos salariais em 2013, reajustes acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O aumento real médio foi de 2,8% - menos do que o registrado em 2012, de 5,68% acima do INPC.

O SAS-Dieese informa que, no ano passado, os valores acordados variaram entre R$ 678,00, (equivalente ao valor do salário mínimo vigente em 2013) e R$ 3.600,00. O valor médio dos pisos foi de R$ 879,04, cerca de 9% maior, em termos nominais, que o valor médio observado em 2012 (R$ 802,89).

Em relação aos valores estabelecidos para os pisos, aproximadamente 6% correspondiam ao salário mínimo vigente; cerca de um terço até R$ 750 e quase metade de até R$ 800. Pisos acima de R$ 1 mil foram observados em 16% das negociações analisadas e superiores a R$ 2 mil, em apenas 1,5%.

Na desagregação por setor econômico, a pesquisa mostra que em todas as áreas o percentual de unidades de negociação com aumento real nos pisos salariais foi superior a 90%. A maior incidência de pisos com reajustes foi no Comércio (97,4%) e na Indústria (96,8%), seguido pelo setor Rural (92,6%) e de Serviços (91,7%). Já aos reajustes abaixo da inflação, observados em quase 3% das categorias, foram mais freqüentes no setor Rural (7,4% das unidades de negociação) e nos Serviços (5,2%). Nos setores de Indústria e Comércio, esse percentual foi de 1,7% e 0,9%, respectivamente.

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Mínimo - O levantamento revela também que o Salário Mínimo Necessário calculado pelo Dieese para 2013 variou entre R$ 2.621,70 (valor aferido em setembro) e R$ 2.892,47 (em abril), o que resultou em um valor médio anual de R$ 2.765,33, o equivalente a 4,08 salários mínimos oficiais. A pesquisa destaca que, no ano passado, apenas duas categorias analisadas registraram pisos salariais superiores ao valor médio do Salário Mínimo Necessário, ambas em convenções coletivas de médicos, o que puxou o valor médio do setor de "Serviços de Saúde Privada" para R$ 3.600,00.

No relatório do estudo, o Dieese comenta que o resultado de 2013 por si é "expressivo", embora seja ligeiramente inferior ao registrado em 2012, quando o percentual de unidades de negociação com aumentos reais atingiu 98% das 696 unidades pesquisadas. De acordo com o órgão, essa diferença pode ser decorrente, "em parte", da valorização do salário mínimo, "cuja influência sobre as negociações dos pisos salariais vem sendo observada pelo Dieese nos últimos anos". "A correlação positiva entre a política de valorização do salário mínimo e a valorização dos pisos salariais é um dado importante para o debate sobre a continuidade da referida política, a partir de 2016", destaca a entidade no relatório. (AE)



Veículo: Diário do Comércio - MG


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