A receita da Perdigão cresceu 80% no terceiro trimestre com relação ao mesmo período do ano passado, atingindo R$ 3,5 bilhões. De janeiro a setembro, as vendas somam R$ 9,6 bilhões, 74% a mais do que as dos primeiros nove meses de 2007.
Além do maior consumo no mercado interno, a forte alta nas vendas foi resultado das aquisições feitas pela empresa, que passaram a ser computadas no balanço. Entre as empresas adquiridas, estão Eleva, Cotochés e Plus Food.
Mesmo com vendas maiores, a Perdigão teve prejuízo contábil de R$ 25,4 milhões no terceiro trimestre pelo impacto da alta do dólar em seu endividamento. No mesmo período de 2007, a Perdigão tinha lucrado R$ 90,2 milhões.
A empresa também reviu suas projeções de crescimento. Prevê aumento nos volumes totais de vendas de 11%. Reduziu as projeções de faturamento com leite, por conta da maior oferta de longa vida.
Além disso, projetados para atingir os R$ 800 milhões, os investimentos da Perdigão neste ano ficarão em torno de R$ 600 milhões.
"Num momento como esse, a palavra de ordem é parcimônia", afirma Leopoldo Saboya, diretor de relações com investidores da Perdigão. "Liquidez é o nome do jogo e é preciso olhar com total zelo para o caixa."
Segundo Saboya, o ritmo dos investimentos, que já vinha abaixo do orçamento, diminuiu com a crise. Isso porque projetos que ainda não tinham sido efetivados continuam em compasso de espera.
A empresa não prevê quedas nos preços ao consumidor em função dos preços menores do milho e da soja. No entanto, Saboya afirma que alguns importadores já fazem pressão pela redução dos preços, por conta da alta do dólar.
A Perdigão espera que o setor de alimentos seja um dos menos penalizados pela crise em 2009. A empresa está refazendo seus orçamentos e projeções e, por isso, não os antecipou.
Veículo: Folha de S.Paulo