Pequenas fabricantes de refrigerantes apostam em exotismo

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Marcas de refrigerantes do interior de SP e MG procuram sofisticar produto
Fábricas menores caem de 850 a 180 em dez anos com recuo do consumo e competição com produtores globais



Com o mercado encolhendo, pequenas empresas regionais de São Paulo e Minas Gerais apostam em combinações inusitadas e maior valor agregado para sobreviver na luta contra grandes fabricantes de refrigerante do país.Em dez anos, o número de fábricas regionais de pequeno porte caiu de 850 para 180. As que sobreviveram foi graças ao baixo preço do produto e à ligação com o local onde estão instaladas.

Em 2014, a estimativa é de que elas produzam 11,1% do refrigerante consumido no país, segundo a Afrebras (Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil).Uma das sobreviventes do setor é a Fors, de Franca (SP), que descobriu nos refrigerantes "saudáveis" um filão.

Há dois anos, a empresa lançou uma marca nova, Sete Voltas, de refrigerantes sem açúcar nem sódio e com adição de fibras. No início deste ano, lançou um produto com colágeno, que atraiu supermercados, lojas de produtos naturais e academias.

Antonio Carlos Franchini Filho, dono da Fors, disse que a cada seis meses lança um produto para conquistar novos mercados. Mas foi apenas com os refrigerantes "saudáveis", com três sabores diferentes-- tangerina, limão e uva-- que Franchini achou um nicho a ser explorado.

"Sabemos que as pessoas estão cada vez mais preocupadas com a saúde e com o que ingerem. Como é um produto com um valor agregado maior e diferente do que há no mercado, vai mais longe."A empresa antes vendia seus refrigerantes apenas no interior de São Paulo. Hoje, está no Paraná, no Rio, em Minas Gerais e na Bahia.

O refrigerante da linha saudável custa R$ 4,60 no atacado --valor 50% maior do que o do produto convencional."O consumidor quer algo diferente, como os da linha saudável que lançamos. Se for para beber guaraná, ele comprará dos grandes ou de uma empresa da região."

Os donos do Refrigerante Esportivo, de Santa Bárbara d'Oeste, viram um avanço de 300% na procura pelo Gengibirra, refrigerante de gengibre, nos últimos dois anos.

A bebida de sabor exótico, de baixo sucesso com as crianças, foi "descoberta" por bares da região, que passaram a misturá-la a drinques com uísque ou vodca. "É um mercado difícil de entrar, pois eles têm contratos de exclusividade com as grandes [marcas]", disse Roberto Parazzi, 73, diretor da empresa.

Para Fernando Rodrigues de Barros, presidente da Afrebras, as empresas sobreviveram por causa da tradição em suas microrregiões.

Mas para continuarem competitivas precisam constantemente inovar. 



Veículo: Folha de S. Paulo


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