Indústria de bebidas lucra com onda de calor no país

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As vendas de bebidas frias (cervejas, refrigerantes, chás, isotônicos) estão bem aquecidas neste início de verão por conta das altas temperaturas. Para o setor, principalmente de cervejas e refrigerantes, é prenúncio de um 2014 de crescimento em volume de vendas, revertendo o resultado negativo de 2013.

"Começamos bem. Por conta das altas temperaturas e chuvas em menores quantidades do que 2013, as vendas de cerveja estão entre 10% e 15% maiores nesse início do verão e ano", disse o diretor de Mercado do Grupo Petrópolis, Douglas Costa. "Temos também uma demanda reprimida do ano passado que está se convertendo em vendas neste ano", ressaltou.

Executivo de outra cervejaria de grande porte afirma que a procura está além do esperado para o período. Ele explica que o fator principal para o aumento do consumo é o clima quente, mas que o adiamento do reajuste dos impostos, que seria implantado em outubro passado, acarretou em um ambiente de menor inflação do produto para o período de maiores vendas.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a temperatura média na cidade de São Paulo na primeira quinzena de janeiro foi de 32 graus Celsius.  o janeiro mais quente desde 1961.

Há uma relação direta do consumo da cerveja e o aumento na temperatura. O mercado estima que, a cada grau Celsius a mais na temperatura, o consumo do produto cresça 0,28%. Segundo a empresa Climatempo, não há expectativa de queda da temperatura relevante em São Paulo até o fim deste mês. E também há a perspectiva de que o inverno de 2014 em todo o país não será tão rigoroso como em 2013.

" um bom começo do ano para todo o trade. Se juntarmos com o Carnaval tardio, a realização da Copa do Mundo no inverno e as eleições, podemos ver um crescimento do setor no ano", afirmou o presidente e consultor da Concept Consultoria, Adalberto Viviani. Ele acredita que o desempenho do segmento de cerveja acompanhará o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), cujas estimativas estão em uma faixa entre 2% e 2,5%.

Além disso, o abastecimento dos produtos neste verão, no Carnaval em março e na Copa em junho e julho foi garantido pela indústria e por especialistas consultados. "Não vejo risco de desabastecimento nos períodos de pico de venda. O cronograma da indústria é bem elaborado", explicou Viviani. Conforme o consultor, as empresas aceleraram a produção a partir de outubro para que os líqüidos não faltassem nesse começo de ano. E também porque, diferente de outros setores, a indústria de bebidas consegue adaptar rapidamente sua produção à demanda.


Não alcoólicas -
Costa, do Grupo Petrópolis, ainda informou que a procura por outras bebidas - além da cerveja, a empresa trabalha com água mineral, energéticos e isotônicos - também aumentou neste verão mais quente. Embora ainda não tenha dados precisos, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas (Abir), Herculano Anghinetti, diz que a percepção é realmente de uma demanda maior do que o ano passado.

No caso de refrigerantes, a inflação do produto, o alto endividamento das famílias e até o clima mais ameno prejudicaram o desempenho do setor em 2013, cuja produção caiu 3,6% ante 2012. "As temperaturas mais quentes, a realização da Copa e eleições vão ajudar a estimular o consumo do produto neste ano", declarou Anghinetti.

Mas são os itens voltados à saudabilidade e praticidade que estão ganhando espaço nas compras dos consumidores, desde o movimento mais intenso de renda da população e o cenário de pleno emprego. Dados da Abir, com base em pesquisa preliminar da Nielsen, apontam para um avanço no consumo de vendas de sucos em néctares (+9,8%), água mineral (+10,2%), isotônicos (+3,5%) e chá prontos (+11,7%) em 2013 ante 2012.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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