Indústria alimentícia deve gerar mais de 600 empregos
A M. Dias Branco S/A Indústria e Comércio de Alimentos assinou ontem protocolo de intenções com a Prefeitura de Juiz de Fora para a instalação de uma unidade fabril no município da Zona da Mata. Os investimentos previstos são da ordem de R$ 305 milhões. A nova planta da empresa, líder da América Latina na fabricação de massas e, no Brasil, na produção de biscoitos, deve ser inaugurada entre o segundo semestre de 2017 e primeiro de 2018.
"É mais um passo que damos para a concretização do investimento. Agora, como precisa de uma área grande, a empresa está analisando possíveis terrenos para dar início à implantação do empreendimento. Há quatro opções de terrenos, com cerca de 600 mil metros quadrados, todas localizadas na BR-040, na saída para o Rio de Janeiro", afirmou o secretário municipal de Desenvolvimento, André Zuchi.
De acordo com o secretário, para viabilização do empreendimento, o protocolo de negociações com a prefeitura incluiu a concessão de alguns incentivos tributários. Zuchi disse que a administração municipal estuda a inclusão de um novo benefício para que a empresa adquira o terreno e o valor investido retorne por meio de isenções fiscais.
"Os R$ 305 milhões serão investidos em até cinco anos, com a geração de mais de 600 empregos, entre diretos e indiretos. Trata-se do segundo maior investimento individual que o município receberá nos últimos anos, atrás apenas dos aportes da Mercedes-Benz, em sua implantação e adaptação para produção de caminhões", explicou.
Moinho - Detentora de 17 marcas, entre elas Adria, Richester, Isabela e Vitarella, em Juiz de Fora, a M. Dias Branco vai produzir, inicialmente, massas e biscoitos. No entanto, conforme Zuchi, a empresa já analisa a possibilidade de implantação de um moinho, para a venda de matéria-prima básica para panificadoras e produtores em geral, o que poderá aumentar o número de empregos e atrair mais empresas.
"Estamos muito animados com a possibilidade de atração de mais investimentos. Como é uma empresa do ramo alimentício, mesmo com a economia do país entrando em recessão, esse setor não tende a ser muito afetado", avaliou o secretário.
A perspectiva de ampliação foi confirmada pela direção da empresa, que pretende erguer a unidade em um terreno com mais de 600 mil metros quadrados. "Sabemos que Juiz de Fora é uma cidade bem gerida, com localização estratégica e facilidade logística, além de mão de obra qualificada, com boas universidades, o que qualquer empresa privada procura. Uma das melhores opções para investimentos no Brasil", afirmou, em nota, o presidente do Conselho de Administração da Companhia, acionista-fundador e controlador da M. Dias Branco, Francisco Ivens Dias Branco.
A M. Dias Branco possui 15 unidades fabris, além de escritórios comerciais em várias localidades do país. Segundo o Euromonitor, líder mundial em pesquisa de estratégia para mercados consumidores, a companhia é a sétima maior empresa em biscoitos e a quinta maior do mundo em massas alimentícias, sendo, ainda, líder na América Latina em massas e a segunda maior em biscoitos.
Compensação - Os investimentos anunciados ontem podem aliviar um pouco a tensão que paira sobre a cidade da Zona da Mata, em relação às perspectivas pouco animadoras em relação ao futuro da planta da Mercedes-Benz. Com a queda no mercado nacional de caminhões e a redução da produção na montadora, algumas fornecedoras do setor automotivo instaladas no município estão demitindo e fechando as portas.
O caso da Fastplas Automotive, fornecedora de peças plásticas da Mercedes. A empresa está encerrando suas atividades e demitindo todos os cerca de 50 funcionários até o fim deste mês, segundo informou o sindicato local de trabalhadores (Sinquifar-JF). Outra empresa que também fechou as portas no município foi a Imap Embalagens Plásticas, que já vinha reduzindo o quadro de funcionários desde o ano passado e recentemente mandou para rua os 35 restantes.
Em setembro do ano passado, a Randon, responsável pelo fornecimento e montagem de subsistemas e componentes dos veículos da montadora alemã, encerrou suas atividades no município e dispensou 22 funcionários. Na época, a empresa alegou que "a decisão se deu em vista de que a parceria não estava mais sendo vantajosa" e foi fruto de comum acordo entre montadora e empresa, em virtude da redução das vantagens do contrato, provocada pela retração no setor de caminhões.
Veículo: Diário do Comércio - MG
