Alta do dólar dá fôlego para 2ª safra de milho

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Contrariando as perspectivas iniciais do setor para a temporada atual, diminuição na área de plantio pode ser menos intensa do que o esperado; atraso na soja deve afetar produtividade

 




Apesar do fim do período ideal para plantio, da possível redução média de 10% na área plantada e da remuneração menor, os produtores ainda apostam na segunda safra de milho. Para o setor, a explicação está na alta do dólar sobre o real que trouxe um fôlego para as exportações, tendo a abertura de mercados como a China no radar.

Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que a chamada "safrinha" da cultura responde por mais de 60% da produção total de milho no Brasil. Das 78,4 milhões de toneladas esperadas para a safra 2014/2015, cerca de 48,27 milhões de toneladas serão provenientes da segunda temporada. O volume tem uma leve variação para baixo em relação ao mesmo período do ano passado, de 0,3%, mas a produtividade será afetada pelo atraso na entrada da soja de verão.

O presidente da Câmara Setorial de Milho e Sorgo no Ministério da Agricultura e produtor rural, Cesário Ramalho, acredita que o dólar não é um fator determinante, mas tem influência direta na decisão de plantio. "O agricultor está fazendo o máximo esforço para garantir a safrinha", afirmou Ramalho. "Todo mundo está plantando, porque mesmo que a remuneração não seja alta, o baixo custo torna o cultivo viável." O produtor comenta que o plantio da segunda temporada do milho aproveita as condições do solo oferecida pela primeira safra.

Neste cenário, vale ressaltar a ação da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) para abertura de novos mercados. Ramalho, que também é diretor da entidade, cita uma viagem das lideranças à China que acontecerá na próxima semana no intuito de aumentar as relações comerciais com aquele país.

No mercado doméstico, o desempenho financeiro da segunda safra pode colaborar para geração de fluxo de caixa na lavoura, pagamento de funcionários, manutenção, etc.

"Estamos sujeitos a altos riscos climáticos, como o frio excessivo, mas continua sendo uma movimentação válida. Nesse ano também temos menos sobra do grão nos estoques e a possibilidade da migração de áreas de trigo para o milho no inverno no Paraná, em vista da situação complicada para os preços do cereal", acrescenta Ramalho.

De acordo com a analista da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Franciele Dal'Maso, o clima contribui para o andamento da colheita da soja, o que facilita para o plantio do milho. "As pancadas de chuva, embora deixem o tempo úmido, possibilitam a retirada do grão sem problemas de qualidade. Isso propicia o cultivo do milho de segunda safra com rapidez", explica.




Veículo: DCI


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